Acordo com o corpo mole, com o pau duro e a sensação de que estou sendo enganado pelo meu affair atual. Que bom que ela me engana, pois preciso sempre estar vivendo o falível, o falho. Vou ao banheiro dar aquele mijão básico, olhar no espelho e perceber que tenho que fazer a barba. Não vou fazer porra nenhuma. Alongo meus músculos e descubro dores nas quais não queria saber. Verifico o celular e nenhuma mensagem recebida. Arrumo-me para trabalhar, vou a cozinha e bebo um copo de leite. Saio em disparada para perder o horário. Geralmente pego ônibus vazio e ele vai enchendo pelo caminho. Pessoas comprimidas, olhares sonolentos, mote da obrigação diária. Em um determinado ponto sempre tem aquela gostosa que cada vez que a encaro mais insistentemente, ela insisti em me ignorar. Meu pau lateja. Tento disfarçar pensando em como seria interessante se todos os meus movimentos, pelo menos por hoje, fossem anotados sem nenhuma cerimônia. No mínimo mandaria alguém tomar no cu para que o relatório ser algo de leitura chula. Tá, as pessoas são menos pudicas do que se imagina e eu to enjoado de ser trocado por homens veneradores de mulheres. Só pensa em sexo, só pensa em bucetas, peitos e cus. Eu venero algo pelo menos porra. Isso me faz pensar no quanto gosto de fuder até onde nosso masculino é garantia de algo. Lembro de sentir uma imensa atração por um amigo musculoso, principalmente quando ele tirava a camisa e isso me fazia comer a namorada da época com mais raiva. A cada vez que essa atração se tornava latente, eu sempre apoiava a menina na mesa, ou na pia, ou no beiral da cama e por trás metia descontroladamente. Não adiantava muita coisa, pois eu e a menina nos enjoamos e o amigo sem camisa continuou a viver no meu ambiente durante um bom período. Como tentar confrontar essa perturbação? Eu não confrontei de fato, apenas admiti essa atração como uma possibilidade de potencializar o gosto de bocetas, peitos e cus. Cus femininos é lógico. Lógico? Sim, lógico, pois todo homem deveria admitir uma atração por um homem em particular, mesmo que as vias de fato jamais aconteça. Vou ligar para a mulher mais tarde!