domingo, 21 de novembro de 2010

Reflexos Masculinos Parte II


Oh capacidade desgraçada de bularmos algumas regras comportamentais, pensando que estamos sendo espertos. Que capacidade temos em convencer a mulher a mostrar os seios e depois pensar que vai transar com ela incessantemente. Oh droga, acordei de pau duro. Putz, mal humor dos infernos e a agonia não passa. Tô meio puto de fazer as coisas a minha revelia. Não querem que eu resolva mais nada. Tá certo. Vou me atrasar também nessa porra. Essas pessoas mal desenvolvidas sempre com alguma coisa a fazer. Espero o ônibus. Quando chego no ponto todos saem. Eu entro no ônibus e espero ele andar. Não ta vendo que o carro tá quebrado? Tá. Você é idiota ou o que? Saio do ônibus sem vontade nenhuma de xingar o amigo. Tô um pouco cansado e ainda preciso de fôlego para as próximas investidas. Vou a pé. Não pro trabalho. Vou a praia molhar meus documentos e depois mijar em praça pública para ser preso e ser jogado numa cela comum superlotada. Tenho formação superior e não está importando agora. Já sei, vou tentar resolver minha agonia. Dar porrada nos folgados, assumir meu espírito safado, lançar o disco do ano e ganhar o prêmio Jabuti. Tô na praia, o telefone toca, não atendo e percebo que não sou escritor, cantor ou algo parecido. Tenho horror a barulho e minha alma sedutora é puro engodo de horas e horas assistindo putaria na internet. Enjoo da praia. Vou tomar um suco, comer um salgado e revigorar as energias. Pelo caminho talvez alguém me abrace, não ouça nenhum grito e veja várias e várias mulheres gostosas para me deixar previamente excitado.
O disco retorna ao ponto de partida e eis que acordo do estado catártico em que todas minhas angústias foram esporradas no momento do gemido da pretinha. Deixo a pretinha de lado e vou ao banheiro lavar o rosto. Consegui o que queria?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reflexos Masculinos - Parte I


Acordo com o corpo mole, com o pau duro e a sensação de que estou sendo enganado pelo meu affair atual. Que bom que ela me engana, pois preciso sempre estar vivendo o falível, o falho. Vou ao banheiro dar aquele mijão básico, olhar no espelho e perceber que tenho que fazer a barba. Não vou fazer porra nenhuma. Alongo meus músculos e descubro dores nas quais não queria saber. Verifico o celular e nenhuma mensagem recebida. Arrumo-me para trabalhar, vou a cozinha e bebo um copo de leite. Saio em disparada para perder o horário. Geralmente pego ônibus vazio e ele vai enchendo pelo caminho. Pessoas comprimidas, olhares sonolentos, mote da obrigação diária. Em um determinado ponto sempre tem aquela gostosa que cada vez que a encaro mais insistentemente, ela insisti em me ignorar. Meu pau lateja. Tento disfarçar pensando em como seria interessante se todos os meus movimentos, pelo menos por hoje, fossem anotados sem nenhuma cerimônia. No mínimo mandaria alguém tomar no cu para que o relatório ser algo de leitura chula. Tá, as pessoas são menos pudicas do que se imagina e eu to enjoado de ser trocado por homens veneradores de mulheres. Só pensa em sexo, só pensa em bucetas, peitos e cus. Eu venero algo pelo menos porra. Isso me faz pensar no quanto gosto de fuder até onde nosso masculino é garantia de algo. Lembro de sentir uma imensa atração por um amigo musculoso, principalmente quando ele tirava a camisa e isso me fazia comer a namorada da época com mais raiva. A cada vez que essa atração se tornava latente, eu sempre apoiava a menina na mesa, ou na pia, ou no beiral da cama e por trás metia descontroladamente. Não adiantava muita coisa, pois eu e a menina nos enjoamos e o amigo sem camisa continuou a viver no meu ambiente durante um bom período. Como tentar confrontar essa perturbação? Eu não confrontei de fato, apenas admiti essa atração como uma possibilidade de potencializar o gosto de bocetas, peitos e cus. Cus femininos é lógico. Lógico? Sim, lógico, pois todo homem deveria admitir uma atração por um homem em particular, mesmo que as vias de fato jamais aconteça. Vou ligar para a mulher mais tarde!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ausência


Os meus pés batem

Pisos rebatem

Falta, falta

De que?

De nada

De tudo

De sexo

De amor

De futuro

Não

Inquietude descompensada

Vídeos amadores que não dizem mais

Mais o que?

Há algumas horas eu tento

Tenta o que?

Há alguns dias estou sem

Sem o que?

Recursos parcos

Proficiência nula

Você corre ou pula

Geme ou chora

Grita ou puxa

E o corpo maculado

Continua maculado

Pois não se identifica no calendário

Ei, ei, ei, ei

Acorda porra

De costas, vejo elas de costas

Vista grossa para bagunças alheias

Eu gostaria mesmo de brigadeiro na sobremesa

Gostaria de brigadeiro

Gostaria...

domingo, 18 de julho de 2010

Origens


Na mata
Enlaçada
Levada para a casa
Estuprada
Que nada
Minha mãe disse:
Como pode a índia ser casada
Com o português?
Casada nada
Ela mesmo foi
Estuprada
Uma única filha
Que casou com um africano
Escravo suburbano
Lei áurea
Cadê os planos?
Meu avô teve terras
Empregados
Ficou esquizofrênico
Tomaram tudo do coitado
Grileiros desgraçados
Quilombolas desalmados
Cana-de-açucar produtora de calos
Se extrai as cachaça
Que alimenta diabos
Ibejis
Euá
Oxalá
Os orixás não são demônios
Demoníaco é o efeito do álcool
Os pretos batem nas pretas
Os pretos botam elas para correr
A preta divide com a mãe a responsabilidade
Cria vários irmãos, divide sua ascendência
Do outro não sei direito a descendência
Só sei que tem um monte que não quer ser preto
Nem que os filhos sejam pretos
Não aceita amantes pretos
Mas não dá para correr de ser preto
Pois parece tudo uma tremenda confusão
As duas partes alimentaram o senhor de engenho
Cão
Arvore genealógica difícil de decifrar
Resultado desse almagama que está a declarar
Que foge da esquizofrenia
Que ignora o diabo
Talvez aceite uma cachaça
Mas o que pode ser válido
É mesmo cobrar
Os reparos do estupro
Do sangue derramado.

sábado, 10 de julho de 2010

Seção Erotismo


Descontrole

Ondas nevrálgicas
Pedindo carícias nostálgicas
E assim se conquista declarações
De amor
A risada na do?
Penetração é um horrorReflexologia
Para você fugir de minhas carícias
Você gosta de perder as chaves
De seu cinto de castidade
E encontra com uma rapidez
Quando eu chego bem pertinho
Quer saber
Vou arrombar essa porra
Esse seu discurso de falhas humanas
Já não me convencePrepare a melhor roupa
Pois não fique triste
Vou rasga-la
Prepare a melhor amarra
E eu vou arrebenta-la
E nem adianta fechar as pernas
Que eu abrirei só com beijos na virlha
Quer uma forquilha
Ou se esbaldar no gozo comigo?
Poucas opções minha querida
O cerco se fechaO tesão não cessa
Vem cá, me dá logo esse beijo!


Esta

Artefato moral e ético

Propondo formas para o arquétipo

Conteúdo ético

Ultrapassando a linha

Entre o absurdo e o patético

Quanta estruturação

Preta

Você é um tesão

Não

Não crie alternativas para uma nova visão

Afinal, as visões são múltiplas

Assim como sentir seu corpo é uma sensação única

Assim como a masturbação se torna interessante

Se você no meu pensamento for constante

Como contar estrelas ao montes

Eu me delicio com a forma de seus belos montes

E o que ainda nos esconde

Sua cara de gozo

Seu beijo gostoso

O gosto do seu líquido vaginal

Sua língua no meu saco escrotal

Já ultrapassamos o limite do banal

Toda forma bela

Ultrapassa as cores de uma aquarela

E nem fotos

Relatos

Casos

Depoimentos

E fatos

Transformará nossa relação numa querela

Caminhamos para uma comunhão

E talvez isso seja a grande confusão

Pois cm certeza é a decisão

Que mexerá com nossa alma e coração

É...

Impregnou e não tem como mais sair


domingo, 30 de maio de 2010

Grito de Liberdade



Vivemos sufocados no pseudo-império

Respostas incoerentes, sentimentos etéreos

O território está todo partilhado

Os insurgentes estão sendo caçados


O pensamento que insiste em ser único

A velocidade que ignora o segundo

Quem realmente pode alcançar?


Eles nos amontoam sem chance de reclamar

Só que o escasso não foi produzido ao acaso

Existem os incomodados que estão no terreno falho

Consertamos as camas, reformamos os barracos


Treinamento para derrubar o governante autoritário

Buscar novas formas de solidariedade

Resgatar novo senso de humanidade

Expulsar a essência do dinheiro escuso

Detonar a tentativa de gerência do mundo


E dos escombros surgem os novos revolucionários

Haitianos, iraquianos, palestinos, afegãos

E do lugar onde estou, tenho uma necessidade

Propagar sem medo o grito de liberdade

domingo, 9 de maio de 2010

Mulheres Vitais – Final


Diante de tantos fatos constatados, temos a singela impressão de que elas não dependem de nossas colocações para caminharem do jeito que elas almejam. A coisa já foi aceita, elas encaram numa boa e você de fora tentar impor alguma espécie de moralismo. Nada foi obrigatório, nada. Ainda insisti? Vai pra porra. Aí, os ambientes reclusos sempre nos fazem pensar o quanto somos falhos em valorizar as nossas pretas. Let`s dance, let`s dance. E depois dos pés ficarem doendo e de tantos e tantos goles da bebida destilada, eis que ela avista o seu atual tesão. Abraço caloroso, confissões no ouvido e os corpos cadenciam no ritmo de forró. Ela tenta beija-lo e ele se esquiva. Os lábios e ouvidos são acionados constantemente, mas o ato de amor não rolará essa noite. O que resta? Eu saio de perto para curtir meu momento de embriaguez. Vou para casa e quando chego, ela está redigindo um trabalho para entregar amanhã de manhã. Eu queria usar a internet... Vou ao banheiro e ela está usando o sanitário. Ensaio uma retirada e ela diz que já que estamos juntos, tinha que vê-la urinando. O que? Tá certo. Depois do ato vou para a cozinha e ela está preparando um chá, pede para eu sentar e diz que o chá irá curra minha embriaguez. Pego o chá e vou para a sala. Ela está vendo um filme sobre um homem preto que não abre mão de sua mulher preta. Assisto um pouco e vou para a cama. Ela me dá um esporro dizendo que demorei muito. Deito e abraço-a. Durmo em paz. Acordo e não vejo ninguém. Oh merda! Diante de tantos motivos para admirar essas mulheres, o que posso dizer? As mulheres são vitais, pode ser? Pode! Então bate o tambor nessa porra...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mulheres Vitais Parte VI


Mando a mensagem eletrônica em busca de um desejo tardio. Desejo tardio não existe, o desejo se comunga com o presente. É, tem razão. Ela não responde. Sabe trabalhar com o silêncio como ninguém e o que se esperava também? Já foi, assim como já se foi o tempo de divagações sobre o que sexo poderia representar em um ambiente revolucionário. Ei, vai me mostrar algo diferente? Algo que nunca vivi? Construir que? Em público não, em público não... Proteção de determinadas influências externas... Não te protejo. Sinto que você não sente firmeza em minha pessoa. Até quando era para demonstrar a potência, tudo se falhou. A admiração ruiu e você me abandonou. Com razão. E agora o tesão pede passagem para tentarmos entender o quanto significa esse universo de significados. Tudo simples, tudo complicado. E estamos perdidos em beleza subjugadas, tentando criar novas formas de amor, interação, diálogo, toques, ai... É tudo tão trabalhoso, mas é algo que pode ser válido, aliás, é algo válido. Tá bom, posso ser considerado hipócrita, posso estar só satisfazendo a demanda. Ah, posso estar fazendo tantas coisas né, tantas coisas. Então quer dizer que eu amo todo mundo? Nada nego, eu que amo todo mundo. Então nos amamos. É, pode ser, mas não quero fazer mais sexo contigo. He, mas eu quero. É tudo da boca pra fora, é tudo pra boca pra fora. E se não for. Fumo, bebo e fica tudo certo. Tão simplista você...