quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Projetos Revolucionários Parte III


O discurso é esse aí mesmo
Sensível, coeso, impactante
Que nem o parir de uma gestante
E o esforço de um retirante
O discurso cansa
Como a voz do político
Prometendo bonança
Como a criança depois de apanhar
Fica sem esperança
O discurso cativa
O discurso amansa
Destrói o meio
Ressurge na lembrança
Daquele que prestou atenção
A palavra é a chave mestra
Da desejada ignição
Sem cosimeração
O discurso se despede
Deixa todos na mão
O mundo vira manicômio
E tudo fica com graça ou sem, sei lá...

sábado, 22 de agosto de 2009

Projetos Revolucionários Parte II – Família


Então pretinha, tem dia que eu fico de canto amuado
Pensando como o mundo negro é amargurado
Tristeza e dor fazem parte constate do vocabulário
Dá a sensação que só esses termos no dicionário

Mas produzido sensibilidade no sofrimento
Supris a carência é uma forma de talento
Sempre preparado para se levar uma porrada
O alerta se transforma em cenário de casa

Para, para eu só queria ter carinho
Mas como, aprendi a ser sempre sozinho
E é estranho essa falta de compatibilidade
Gente do mesmo sangue que não te deixam a vontade

O grau de parentesco que não te garante muita coisa
Mãe, pai, irmão, não te garante muita coisa
E na sua inocência você quer discutir vários assuntos
De repente, uma chamada: Acorda pro mundo

Quando eu acordei descobri que tava devendo
E que minha vida seria canalizada para costurar remendos
É preta, às vezes eu me sinto falho
As vezes até contigo me sinto um otário

Por não ter dar a atenção devida
Por acreditar que não tem uma saída
Que mundo é esse preta que bota dificuldade
Até para te chamar de querida, não me sinto a vontade

Assim como é dificultoso entender a própria mãe
Assim como é dificulto perdoar o próprio pai
Assim como é dificultoso adiantar o próprio irmão
Engole o choro moleque, é brincadeira não

Eu queria entender mais de sentimento
Queria ter condições para cuidar bem do meu rebento
A vontade é de reformular a base familiar

Então pretinha, se você me aceitar
A base é pan-africana, autônoma e o impulso é para transformar.

domingo, 16 de agosto de 2009

Projetos Revolucionários Parte I


O atestado de óbito do revolucionário
Achado nas gavetas do Senado
Indicava em outras coisas que ele foi torturado
E quando estava dormindo, ele foi alvejado

Cortesia das forças armas brasileiras
Defende a ordem e o progresso de forma corriqueira
Gastar munição é muito oneroso
A Educação pública elimina revolucionários por desgosto

O charme da contradição é não ter um tostão
É acreditar no País, acreditar na nação
E a policia militar protege a população

Os deputados brigam por emendas constitucionais
Para favorecer as empreiteiras, para construir hospitais
Tá certo, mais pessoas são serão atendidas
Só falta o gaze, o leito, o raio x e o bisturi ficou na barriga

Da empregada que está muito cansada
Espera, espera e não acontece nada
Espera o seu filho ter o Ensino Básico
Espera ansiosa pelo aumento do salário

Espera com paciência a fila do SUS
Espera clamando pela volta de Jesus
Qual é a cruz que você carregou
Metade do seu salário é usado como encargo

Da política de extermínio da juventude negra
O governador de mão dada com o capeta
A lei que protege todos os ricos do planeta

Jantares e orgias
Mortes e alegrias
Novas regras sociais são estabelecidas

Pagamento de proteção
Concorrência por pontos de extorsão
Entre a carência e o mínimo
Aceitar um qualquer alivia o raciocínio

O nosso orçamento federal indo pro ralo
Os ratos são coagidos com um par de sapatos
O interesse público acaba virando o escarro do coitado

Que está tuberculoso
Só pele e osso
Não acredita mais em Estado Democrático

Ele que estudou a História do Brasil
Percebeu o caô do peito varonil
Conorelismo e clientelismo foi o que ele sentiu
As margens plácidas foram manchadas de sangue juvenil

E até que ele sonhou
A maioria da sacanagem finalmente acabou
É, foi bem simples
O povo tomou a Assembléia Constituinte


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Hum...


Excitação

O foco é a sua imagem
Na minha psique
Te anunciam
E você está de vermelho
Eu a olho
Eu a quero
Posso?
A proposta é o ócio travestido de negócio
Sua evasiva é o teste do corpo
Contorno das palavras
Contradição no escopo
Você pede
Eu ouço
Você explica
Eu ouço
Não adianta
Eu ouço
E nem acredito
No que eu ouço
Pois fico excitado
Por que será?
Por causa do vermelho?
Por causa do meu olhar?
Por causa do meu querer?
Ou por causa de você?




Ereção


Ficar tanto tempo te sentindo
Que não dá para disfarçar
A ereção é inevitável
Que nem cruzando as pernas adianta
E ainda você me tocando
E ainda você me elogiando
Fico nu
E me masturbo
Pensando em você
Oh, pecado
E você nem mora ao lado
A ereção continua
E eu querendo você por cima
Mas só e vejo esporadicamente
E mesmo assim continua ereto
Essa porra...
Eu querendo te penetrar
Opa, não posso confessar
Te penetrar...
Ah....
Seria tão simples
Mas não é meramente sexual
É essencial
É fenomenal
A ereção continua
Quer ver?


Comunhão

O que diria se a partir de agora
Abríssemos uma brecha
E nos entranhássemos
Rasgássemos nossas roupas
Rasgássemos nossos corpos
E nossas almas
Nossas almas
Se confundissem
E toda a energia emanada
Dessa fusão
Só Deus entendesse
Não adiantariam desculpas
Não adiantariam evasivas
Nem fugas
Pois por mais que seja breve
Será eterno
Será excitante
Será delirante
Ficaremos eretos
Nudez encantada
Que não será castigada
Talvez invejada
O importante que gozaremos
Nesta comunhão
Comunhão...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Poemas Safados


Poema Safado I

Hum, que vestido
Está tapando seu corpo
Nossa, que boca
Deveria estar colada na minha
Seios médios
Que cabem na minha boca
E a minha libido
Erotiza sua canção
E sua lágrima
Posso aparar com a língua?
E seu corpo?
Posso usar a língua?
Você xinga
E pede desculpas
E se eu penetrar?
E as desculpas guardar
Você vai me arranhar
E as desculpas guardar
Eu vou adorar
Ver seu rosto gozar
Sentir seu corpo transpirar
E aí?
Pensa que vai acabar, né?
Ai, ai
Ai, ai


Poema Safado II

Estou me masturbando
Pensando em você
O que?
Pensando em você
De quatro
De lado
Pernas abertas
Descabelada
E sem salto
Pedindo mais
Mais e mais
Eu me sinto
O máximo
Pois estou te dando prazer
Mas eu gozo
E minhas mãos sujas
Denunciam sua distância
Ligo para o seu número
Coloco uma roupa
Vou ao seu encontro
Dou-lhe um beijo molhado

Deveria ser mais
Mas saio do banheiro
E me masturbo
Até não poder mais


Poema Safado III

Sinto o transito livre
Em seu corpo
Que é cheiroso
Onde passo extrair sumo
Diante de nossos intensos orgasmos
E beber tranquilamente
Em um belo dia ensolarado
Estou abismado
Você nua
Me deixa zuado
Pois minha ereção
Não parece dar trégua
Vamos então foder
Sem dar trégua
Pode liberar sua libido
Pois você nasceu para gozar
Como alguém que aprende
A andar de bicicleta
E o seu rebolar
Faz eu explodir
Em um cantar
De repente surgem novas formas de criar
Mas não para de me beijar
Tá bom, vou parar
Os poemas safados vão parar
Mas e agora
Para onde desviará seu olhar?