sábado, 18 de junho de 2011

Homem Derrotado


Eles querem ser notados

Redes Sociais, Contratos

Alimentações, Respaldos

para exatamente chegar a algum lugar

Chegou? Está bem?

Eu estou lesado

por esforços desregrados

e o final um abandono laico

Coitado?

Coitado é o caralho...

Hum, a garrafa de vinho acabou

ficamos bêbados

você entornou

as notas, as provas

o resto deletou

Insignia de pessoa talentosa

Pode dizer

sua medrosa

Estou acostumado

a ser o ato falho

de mulheres curiosas

Quebrarei as costelas

Usarei o aspirador

Não queremos que surja nada

nem se volte nada

Redações de momentos bruscamente interrompidos

Apenas por causa de bobagens sem tamanho

To puto

mas quem se importa?

Notados, redes sociais, respaldos

Tenhamos

Pena que hoje

Mijaram na minha cabeça...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Reflexos Masculinos Parte IV


Acordo com o peso de uma tarefa não cumprida. Indefinido será o manifesto lido em praça pública para que abandonemos nossas convicções em busca de algo realmente válido. Por que tô falando essa porra hein? Escovar os dentes, lavar o rosto, tomar um bom café preto. Rotina ritualística propulsora de atos altamente previsíveis. Porra, tá chovendo pra caralho. Não saio nem em decreto. A chuva já parou? Não, foi engano. Coloco aquela música básica e nada, a chuva parou, tenho que meter o pé. Pois é, sair e fazer coisas óbvias. Pois é, fazer as coisas novas. Novas? O que é óbvio não é novo. Vamo encarar a realidade. Homem trabalhador assalariado com a cara de desconfiado, tentando arrumar meios e modos de sobreviver. Eu bem que queria ter condições de sobreviver. Sério? Até que você está com uma carinha boa, engordou? Olha, se todas essas características fossem motivo de se dizer que tá bom, putz. Pra onde tenho que ir mesmo? Lembrei, mas antes tem um café na padaria do Portuga. Padaria do Portuga? Uma história quase que universal, uma obviedade quase que natural, tudo isso misturado com a quase não percepção dos espaços em que vivemos. Caralho. Meu corpo anda cansado. Minha mente anda insegura. Meu pau nem sobe direito. Minha preta fica bolada com minha pouca potência. Habilidades expostas com um mínimo de coerência e as possibilidades de alguém gozar de fato, ah, gozar de fato é mínima. Ando a flor da pele e que eu queria mesmo é chorar e chorar. Nem dá. Dois cafés matinais depois, um em casa e na Padaria do Portuga, vou a trabalho. O trabalho. Ah meus Deus, o trabalho. Não quero descrições sobre o trabalho. Tchuru, tchu, tchu, tchu, tchu, tchuru, tchu, tchu, tchu, tchu. Acabou o trabalho, a preta me liga. Sexo! Aff. Em um território de obviedades...