domingo, 30 de dezembro de 2007

Certidão Psicológica


Zum. Zuuuuuuuuuuuuuuuuuuum. Zuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu. Tap! Tap! TAP! Te peguei mosca desgraçada. Pego- apelas asas e a jogo no ralo. É, quem diria que estaria apaixonado. Estou sentado na calçada de frente ao restaurante de comida mineira. Espero minha gata. Entregadora de comandas. Burguesia sempre faminta. Não sou burguês, mas também não estou de pista. Só estou a pé para não marcar. Ela sai. Calça folgada por causa da barriga. Blusa decotada. Ela aproveita a condição. Belo sorriso. Dentes perfeitos. Cabelo solto. Caminhamos de mãos dadas. – Como foi o seu dia? – Nada demais. – Ninguém te cantou? – Ué, ta com ciúme? – Deveria? Ela gosta da brincadeira. Risada espontânea. Descontração sempre é bom. Sensação ruim. Freada brusca. Dois homens saem de um carro vidro fume. Opala 79. uma coronhada na minha nuca. Um empurrão na minha gata. NÃO ENCOSTA NELA. Gritos. Sou arrastado para o carro. Fuga. MERDA!



A emoção caracteriza-se como o estado afetivo sempre acompanhado de expressão facial e corporal, com qualidades de excitação e motivação, sendo também entendida como uma agitação, um movimento por uma causa interna, isto é, toda mudança que traz como conseqüência uma perturbação rápida e poderosa dos problemas do homem.



Corre, corre, corre, corre. Entra no carro. Vai, vai, vai, vai. Acelera maluco. Acelera porra. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. CARALHO. Conseguimos porrra. PORRA. Quatro caras. Nada de trabalho. Chega de ser escravo. Observaram. Um agiota local. Meia cm muita grana. Andava sozinho com uma mala cheia. Contato com a empregada do agiota. Um dos caras transava com a empregada. Coordenadas certeiras. Hora do bote. Emboscada. A mala é nossa. Deixamos o cara vivo. Erro. Ricos. Vamos comemorar nessa porra. Vamos comemorar.




O prazer é a resposta à realização de um propósito que pode ser alterado no decorrer da existência, pois o que causava emoção quando criança pode não causar no adulto. O sorriso e a risada são os sinas mais claros de prazer.



Hoje ela está cheirosa. O perfume que adoro. O sorriso cativante. Estou feliz. Do lado dela sempre. Estou deitado. Ela vem por cima. Nos beijamos. Nos amamos. Ela pára. Ela me olha. Ela me morde. Ela grita. Dá risada. RI-SA-DA. Eu te amo! Adormecemos.



O comportamento humano é caracterizado como qualquer ato que possa ser observado em uma pessoa. Ele é influenciado pela socialização, por meio de escola e grupo social, gerando o comportamento da conformidade, que se caracteriza pelo pressuposto de acompanhar os comportamentos, atitudes e crenças do grupo. Por causa desse comportamento as pessoas tendem a fazer em grupo o que não fariam se estivessem sozinhos.



Cerveja, vinho, champagne e wiskhy. Estou bêbado. Música alta. Algumas putas. Terraço de algum prédio. Mais cedo os caras compraram uma BIZZ. Sensação de poder. Tiração de onda. Streap tease. Não posso beber. Haaaaaaaaa. Já era. Cabeça rodando. CARALHO! Risos. Uma mulher nua. Uma menor no meio. Merda! Uma cara desce com a menor. Adormeço. ACORDA, ACORDA... Sou sacudido com violência. – O que aconteceu? Merda! Merda! Merda! MERDA! O cara saiu na BIZZ com a menor. Bateram de cara num muro.



A personalidade é entendida por meio de traços, modalidades de ajustamento, mecanismos de defesa e modos de conduta que identificam o indivíduo em relação a outros de seu ambiente.



Gosto de observa-la. Está cozinhando. Panela ao fogo baixo. Pimentões, cebolas, sal, azeite, macarrão. Carne moída, massa de tomate. Ela me olha. Pára. Quer dizer algo. Puxa a cadeira e senta na minha frente. Alisa o meu cabelo. – Eu te amo! – Puta merda, a comida vai ficar melosa. Ela ri. – Preciso dizer uma coisa – Diga – Estou grávida. Queria chorar. Não consigo. Fecho os olhos. Imagino a criança. Que porcaria de pai!



O comportamento anormal é caracterizado como uma reação psicótica, uma perturbação do organismo ou da personalidade, sendo difícil classifica-lo, pois, quando o indivíduo possui esse tipo de comportamento, expressa uma variedade de sintomas.



Estou sentado. Estou amarrado. Uma sala ampla. Quatro homens me cercam. Um soco. Vários socos, chutes. A costela trinca. Um taco de beisebol. Ai. Estou sendo torturado. MERDA! É o dinheiro. Querem o dinheiro de volta. Não vou falar, não sou cagüeta. Não agüento mais. Choro. Choro muito. Eles para. Eles olham. Eles riem. Pegam uma arma. Apontam para minha cabeça. Porra, nem falei onde tá a grana! Já vou morrer! Calma....



A percepção é a consciência da existência de objetos, propriedades ou situações que estimulam os órgãos dos sentidos; refere-se também a experiência de uma pessoa no mundo, isto é, a sensação interna que corresponde à impressão causada nos sentidos.



Loja de roupas infantis. Tão cedo. Três meses de gravidez. Cores unissex. Por isso estou aqui. Verde, marrom, laranja. Shorts, macacão, lenços, fraudas. Ela quer um berço também. Eu estou com dinheiro. Eu compro. Ela me beija. Está feliz. Eu também. Vou ser pai. Vou assumir a responsabilidade. Serei o melhor pai do mundo. Sempre cumpro com a palavra.



A consciência é o que diferencia o indivíduo do mundo que o rodeia. Ela é o conhecimento que o individuo tem de si mesmo, é o “eu”.



Dinheiro para o hospital. Dinheiro para os policiais. Dinheiro para a transferência de um hospital para outro. Explanação. Vão descobrir essa PORRA, cedo ou tarde. Reunião. O amigo irá se recuperar, lógico. Uma decisão sábia é dividir a grana e cada um pega seu rumo. Não cagüetar jamais. Também ficou decidido dar um dinheiro para a família da menor. Como se isso adiantasse. Pego minha parte. Esperamos o amigo melhorar. Ele sai do hospital e damos a parte dele. Tenho a sensação de estar sendo vigiado. SUMO!



A fobia é um medo excessivo ou absurdo. O fóbico sabe que sua angustia não é proporcional ao perigo, mas se sente impotente para controlar o sentimento.



A arma está apontada para minha cabeça. Se me matarem, não saberão onde está a grana. Parece que não se importam. PUTA QUE PARIU, outra mão sozinha no mundo. Mais uma criança sem referências paternas. Estamos fudidos. – Não me matem, tenho uma criança para cuidar, não me matem... Risada. Agora o bandido chora. CHORA BANDIDO, CHORA!



A motivação é um termo geral que se refere ao comportamento instigado por necessidades e direcionado por metas. O motivo é a causa, razão que determina alguma fato, alguma situação, pressupondo uma necessidade ou tendência impulsiva.




- JÁ PASSAMOS O RODO EM GERAL, SEU OTÁRIO. Deveria ter imaginado. A vida é uma desgraça. E eu pensando que ia viver feliz para sempre. Ledo engano. Cheiro de pólvora. Atiraram...


sábado, 22 de dezembro de 2007

Cosmogonia de Alguma Coisa




Toda poesia tem um direcionamento
Assim como foi criado todos os elementos
A palavra, fenômeno da combustão
A abstração, definidora da criação
O corpo se move
Assim como a estrela brilha
Captura o exato momento...
Não dá
Nem podemos
É tudo perfeito, é tudo cíclico
Continuidade histórica
É sim
É sim
É... Sim...
Ledo engano
O que é interessante
Nesse mundo instigante
É que a abstração é o elemento constante
O cosmos são instantes e instantes
E a poesia?
Ah, a poesia é a vida!
Previsível né?
Heheheheheeheehehehehehe

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Perturbações


Perturbações fazem eu ter reações
O sistema é fechado
O ato é falho

As palavras sugerem sensações
Que não se constroem ao acaso
Que não saíram do armário

Seu ato pede explicações
Buscando significações
Atraindo moções

De repúdio
A todo desejo reprimido

De repúdio
A todo desejo tardio

De repúdio
A toda palavra não dita

De repúdio
A todo caminho sem saída

Quanta intriga
Só para dizer
Que quero que faça parte da minha vida.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Apenas um diálogo de pretos


- Que merda! -

Oh, por que?

- Vi num programa ontem que um filosofo escreveu que a coragem é a maior das virtudes.

- Mas é lógico

- A lógica é infeliz.

- Infeliz é a gente que não é corajoso.

- Somos corajosos, estamos parados observando uma multidão que procura de alguma forma se abster de responsabilidades.

- Bonito isso.

- Bonito porra nenhuma.

- Caralho, curta a paisagem.

- Queria curtir aquela mina.

- Por que não chega?

- Não sou virtuoso.

- Hehehehehe

- É sério. Imagina encarar aquele olhar a 20cm de distância, é muito pro meu coração.

- Para de caô e vai lá.

- Deixa-me imaginar como seria ela na posição que eu mais gosto, falando o que eu sempre quis ouvir e gritando o que ela sempre reprimiu em gritar.

- Eu não te entendo.

- O que você não entende?

- Bons discursos e nenhuma ação.

- O discurso é uma ação.

- He, você entendeu o que eu falei.

- Não entendi.

- Vai tomar no cu então

- Hahahahahaha

- Vou tomar um líquido.

- Vai lá


A multidão se mexe, luzes piscam, música toca, as coisas acontecem.


- Koé parceiro

- E aí, ta perdido?

- To com a mulher.

- Cadê ela?

- Foi no banheiro.

- Legal...

Quem diria, ein?

- Rapá, nem te conto, to amarrado, mulher é chave de cadeia, mas é bom pra caralho!

- Não tem como discordar de você.

- Oi.

- Esse é meu parceiro.

- E aí, como é que vai?

- Como vocês se conheceram?

- Amigo de infância.

- E você? Como tá namorando esse mané?

- Ah, ele é o amor da minha vida.

- Ih, a parada está boa.

- Pra você ver né.

- É isso aí parceiro, aproveita que tem alguém que gosta de você, aproveita...

- E você? Sempre sozinho, careta, observando, tá na hora de compromisso, não acha?

- Sou adepto do amor livre.

- Homem é tudo igual.

- Não, só as frases que são.

- Não entendi.

- Deixa pra lá.

- Parceiro, a gente ta indo.

- Falou irmão, prazer em te ver.


A multidão se mexe, luzes piscam, música toca, as coisas acontecem...


- Quer?

- Hum...

- Só uma bicada?

- Só s e for um bico na sua cara.

- Calma parceiro hehehehehe

- Várias mulheres...

- Vi mó gostosa lá dentro

- Tem várias gostosas.

- Desenrolei até com uma.

- Porra nenhuma.

- Sério irmão. Mas...

- Os mas é que são fodas.

- É foda.

- Irmão, meu saco vai explodir.

- Somos machos inoperantes.

- Inoperantes é manés.

- Mas as coisas irão mudar.

- Vivemos no Império dos Costumes.

- Costumes que não sabemos como romper.

- Até sabemos, mas rola uma preguiça.

- É o processo.

- Precisamos nos transformar.

- Desde que não seja numa barata.

- Seremos pisadas.

- Já somos.

- Quem que pisa na gente?

- Quem não percebe a nossa existência.

- É... Algo a se pensar.

- Temos a vida toda.

- E se nossa vida acabar amanha?

- Teremos a noite toda.

- Quer saber, tenho uma teoria.

- Que teoria é essa?

- Estamos sempre buscando algo que nos dê alento, mas perto da luz nossos movimentos são incrivelmente lentos.

- Ou seja, buscamos os holofotes, mas a luz fica e a gente padece.

- É isso aí!

- Boa teoria.

- Olha aquela bunda.

- Puta que pariu.

- Instinto filha da puta

- É, depois que ele foi associado à estética, pessoas como nós levam vidas complicadas.

- Quanto mais nesse fim de mundo.

- É verdade

- Mas vou ter sete filhos ainda.

- Tenho vontade de ter um filho, mas nem sei se terei.

- Por que? Por causa da estética?

- Não imagino quem seria louca o suficiente para ter um filho comigo, uma pessoa medíocre.

- Mas somos todos medíocres.

- A fantasia está aí pra gente esquecer desse detalhe.

- É verdade.

- Ali a mina olhando pra você.

- O olhar é o espelho da alma. Acho que ela quer mostrar a alma para min.

- Chega junto.

- Não

- Fala sério?

- Sério!

- Cara, não te entendo.

- Deixa rolar, a fantasia serve para isso.

- Você imagina que ela vai fantasiar algo com você? Ah sei.

- Minha imaginação é fértil.

- Estou sentindo cheiro de adubo.

- Vamo vazar.

- Tá correndo?

- Vamo, pois meu inconsciente precisa reproduzir minhas motivações.

- Se você lembrar beleza, se você não lembrar...

- Vamo embora.

- Vamo então.


A multidão se mexe, as luzes piscam, música toca, as coisas acontecem...


- To com sono, boa noite princesa, sonhe com os anjos!


As coisas irão acontecer... Algum dia.

- A humanidade é medíocre A multidão se mexe...

domingo, 2 de dezembro de 2007

Tá escuro


Vejo seu rosto na escuridão,
matizes de cores provocando distração
já sei
é a cor preta da paixão...
Homem que se preze deveria ter medo do escuro,
pois a coisa preta vai sempre te importunar e pode acreditar
depois que a luz acender
sabe o que vai acontecer?
A cor preta da paixão vai impregnar!
O que resta é amar
até o mundo acabar

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Chute ou escrita.


O chute torto me enche de vergonha! Meu condicionamento físico não é mais o mesmo. He, de tanto ver noticiário de esportes, o vocabulário aumenta né. Viva o jornal de esportes. O meu time perde e como já havia previsto, sou substituído. Vou ao encontro de minhas coisas e verifico o celular. 3 ligações perdidas. Verifico o número. Minha namorada. Retorno, mas ninguém atende. Um pouco de preocupação. Sou chamado para jogar novamente. Opa, não posso perder essa agora. Tô cansado pra caraio. Vou para casa. Abro a porta. Verifico que ela está aberta. Ando devagar e escuto gemidos vindo do quarto. Apareço na porta e vejo minha namorada sendo enrabada por meu amigo. Pára, pára, pára! Essa porra de história tá previsível pra caralho. Puta que pariu. Muda essa coisa de encontrar mulher dando pra outro. Isso nem rola mais amigo. Vão ler essa parada e vão achar você mais um escritorzinho de quinta categoria. Eu sou. Tá, até concordo contigo, mas vamos tentar melhorar essa porra, vamos? Sim, sim. O chute torto me enche de vergonha! Meu condicionamento físico não é mais o mesmo... Ha, para com isso, nem sei jogar bola mesmo, sempre fui perna de pau. Larga isso para lá. O telefone toca. Mina namorada perguntando se pode me visitar. Ela chega à minha casa e fodemos até cansar. O ato termina e ela vai no meu computador. Apaga o meu conto sobre futebol. Puta merda! Fiquei puto, mas foder com ela é tão bom que nem ligo tanto. Ela toma banho e eu tento escrever alguma coisa nova. O camarada era o verdadeiro capeta em campo. Ninguém parava o maluco. Era caneta, lençol, drible da vaca. Na corrida ele sempre ganhava e eu fui intimado a marcá-lo. No primeiro lance levo uma caneta. No segundo, um drible desconcertante. Depois levo lençol e fico de cara no chão tentando encontrar a bola. Já estava puto com a situação com a situação e quando ele veio, dei-lhe uma rasteira. Ele caiu de boca no chão e começou a sangrar. Ih, a porrada estancou. Bom, gostei disso aqui. A minha namorada se despede. Aê! Até que enfim escreveu algo decente nessa porra, mas aê tem uma coisa aqui que você poderia mudar. Lá vem, o que é? Você poderia definir quem é quem na sua história. Delimitar o real e o imaginário entende? Quem lê essa porra fica confuso. Futebol é coisa simples e o texto tem quem ser simples. É, e a sua competência agora, onde é que fica? O que é real ou não, o que é fictício ou verídico eu deixo pra você, se vira. O telefone toca! Aí, tenho que sair. Vou bater uma pelada. Ajusta essa parada aqui, calma ae... Fui. A porta bat

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Correrias da vida....


Na praça da cidade pequena dedilhava o violão em busca de melodias para sensibilizar os transeuntes, só para conseguir uns trocados. Trocados, mexidas e indícios de moedas para bater um rango e pagar aluguel. Talvez sobre para comprar um prestobarba, pois minha barba tá grande pra cacete. Ih, isso até atrai mais trocados neguinho. Vejo no horizonte os guardas municipais vindo na minha direção. Pronto, vão querer tomar minha viola de novo. Eu o guardo rapidamente e vazo dali. Tenho certeza de que os guardas ficam putos com minha atitude. Foda-se!
Na caminhada para casa conto o dinheiro, o suficiente para ir à padaria comprar uns pães e dois pacotes de leite. Chego em casa, uma kitnet. Sala, cozinha e banheiro. Recebido com um latido e uma subida nas pernas. É, tenho uma cadela. Ela se chama baleia. Homenagem ao livro de Graciliano Ramos, Vidas Secas, que aliás eu achei num lixo de uma casa de luxo, grande e bem ornamentada. É foda. Vejo a carta no chão. Abro. Despejo. Aviso já? Puta merda, ein!? Dou uns dois pães para a baleia e deito no colchonete pego o violão e dedilho. Alguém bate à porta. Vai abrir. A burguesa. A burguesa que gosta de transar comigo. Ela entra e traz consigo um baseado. Peço para ela esperar e coloco a baleia no banheiro. Os animais não precisam ver essas coisas. Trepo, fodo, fodo, trepo. Satisfaço-a. Ela vê a carta jogada no chão. Lê e diz que preciso trabalhar. Porra, saí de casa por causa disso. Digo que o violão é minha ferramenta. Peço um dinheiro para comprar um prestobarba. Ela alisa o meu rosto diz que prefere assim. E eu querendo uma grana. Levanto e abro o banheiro para a baleia sair. Ela percebe que a foda não terá segundo tempo. Vai embora a burguesa. Como uns dois pães e durmo. Na praça dedilho as cordas do meu violão. De repente aparece um muleque miudinho, pretinho, cabeça raspada. Olha bem para os meus olhos. Seu corpo começa a balançar. Aumento o ritmo e o muleque acompanha. E vai chegando gente. E vai chegando. Puta merda. O chapéu que eu coloco para receber uns trocados encheu rapidamente. E eu empolgado. O pretinho dançando e nem percebo os guardas chegando. A multidão se dispersa. Os guardas tomam meu violão. Vou ter que desenrolar pros caras liberarem, dar uma grana, essas coisas. Que pena, os caras já deveriam estar com raiva de mim e quebraram o violão. Levo um pescoção e escuto. –vaza! Saio cabisbaixo. Vou à padaria e gasto toda a minha grana em mantimentos. Chego a casa. Os dias passam e eu só fico dividindo a comida com a baleia e mais nada. Tento ler um livro e a concentração não vem. A burguesa vem. Trepo, fodo, fodo, trepo. Não a satisfaço. Ela pergunta o que está acontecendo. Digo que quebraram meu violão. Ela diz que preciso trabalhar. Eu digo que a comida ainda dura um mês. Ela diz que eu não posso continuar vivendo assim. Eu digo que quebraram o meu violão. Ela pergunta por que eu não coloquei a baleia no banheiro. Eu digo que não vale mais a pena. Ela se levanta e vai embora. O mês passa. A comida acaba. Boto uma roupa mais ou menos e vou trabalhar. Vou procurar emprego. Tento. Tento. Tento. E tento. Dreads, barba e pele preta. Não tenho chance. Já cansado dessa bosta, volto pra casa e a baleia sobe na minha perna como sempre subiu. O meu olhar de incapaz não comove a cachorra, mas eu me comovo com o olhar dela. Entro no banheiro para lavar o rosto e tiro a roupa que me fez ser humilhado em cada ponto de emprego. Não que eu andasse desarrumado ou fedido. É que é um desprendimento de energia para saber que você faz pare do eterno exército de reserva e vai ter que aceitar a desvalorização de sua mão-de-obra. Músico reflete? Nem músico eu sou. Olho para o meu quarto com resíduos plásticos, papéis e roupas espalhadas. Observo uma outra carta. Sair até amanhã de manhã. Minha vida. Deu nó. Que merda. Que merda. Batem na porta. Nem vontade de abrir deu. Batem na porta. Abro com ódio. A burguesa. A burguesa novamente. E trazendo algumas sacolas. E me dando o dinheiro do aluguel. E trazendo o baseado. Trepamos, fodemos, fodemos, trepamos, não sei mais o que dizer sobre a burguesa. Ela levanta e sai. Pede para esperar. A baleia tá no banheiro. Ela volta. E com um violão. Fico feliz. Ela gosta de mim? Eu a satisfaço, isso sim. Sei lá. Só sei que finalmente ela trouxe o prestobarba.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Carta - Recusa


Quero te parabenizar pelas palavras escritas na carta. Quero também te dizer que você é uma pessoa maravilhosa e tem um sentimento esplendor... Confesso que fiquei super mexida com suas belas palavras e que palavras!? Mas infelizmente não posso seguir este caminho que se abre agora. Desculpe-me!
Sempre serei que sou, talvez não seja eu a pessoa ideal para ti... Talvez mais pra frente tu encontres alguém que se caracterize bem contigo.
Desculpe-me por não correspondê-lo



Seremos sempre amigos, assim eu espero!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Opa opa


Eita homem submisso com o resquício do artifício usado contra o musculoso na porta da boate pronto para dar o combate no mendigo indefeso catando latinhas para sustentar as tripas para viver mais dia repleto de agonia ressentido com o suspiro da cachorra que acompanha o enterro e foi atropelada pelo ônibus carregado de parentes cujo definitivo nunca viu na vida e a madrinha pega o moleque levando para o canto do cemitério mandando o mesmo abaixar as calças para lhe pagar um boquete sensação maravilhosa comparado a pirotecnia de fim de ano onde o sujeito fica puto por lhe terem derrubado champagne barato e a sua mulher do lado olha o cara com uma uma cara de desejo e o cara percebe o mole gravando na mente para chegar em casa para bater uma bela de uma punheta quanta buceta encarnada passando na rua esperando a notícia semi-nua até que o príncipe encantado bateu na sua porta oferecendo uma foda e uma proposta de morar para sempre na lua que se torna cheia que se torna nova com uma nova vida florescendo e cá estamos num puta de um lamento o pau ficando duro um copo de mineirinho e uma tentativa de fazer um seguro derrepente na sua frente vem muro surpreendente você bate no portão vem vindo aquela donzela de blusa amarela com aqueles peitinhso feito dois mamões tesão latente percebendo a boca sem nenhum dente escondendo sorriso perdendo o abrigo acabando a inspiração chegando no quartel e pedindo um fuzil de segundo escalão pow pow pow confusão confusão confusão

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Atratividade


Dois corpos pretos
Se atraem com a velocidade
Da luz
Mas derrepente veio a escuridão
Calma ae
Os corpos se atraem mesmo?
Só porque são pretos né?
Olha o estereótipo
Mas se atraem
Se atraem
Pô, vai insistir?
Acho que estamos equivocados
Larga essa história de corpo preto de lado
Olha só
O que?
Quando é corpo preto, incomoda né?
Acenda a luz!
Acenda a luz!
A-cen-da a luz!
Os corpos pretos ignoram
E se embrenham
E a atração
Vira paixão
Por causa da escuridão
E quem contestou
Ficou de cara no chão.

domingo, 21 de outubro de 2007

Véu



Direito de causa
Para dominar o mundo
Para domesticar as mulheres
E ser completamente
Infeliz
Quem diz a verdade?
Não conhece o seu direito
De abaixar a cabeça
E catar latinhas?
Obedeça!
Sem choro ou lamentos
Não sabe o que está perdendo
Se não já perdeu a porra toda
Então pra que viver
Animal encoleirado
Estamos perdidos
Nem temos a centelha
Então faça algo para me agradar
Pode se ajoelhar
Te darei um chiclete
Quem sabe um trocado?
Submisso, idiota, otário
Dominarei o mundo
Domesticarei todas as mulheres
Só deixa eu me livrar
Da camisa de força.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Poema Anti Depressivo (Beijando os seus pés)


É
A disposição de te agradar pretinha
É tanta que até perco a noção
Mesmo como você na sua singela depressão
Olhando com estrema dedicação
Suas lágrimas caírem no colchão

Pretinha
Ô pretinha
Não sou confortante como a sombra do baobá
Nem tão forte como um orixá
Vamos para debaixo da terra?
Filho de Xangô, Filha de Iansã

Ah pretinha
Continuo pensando em você todo dia
Sem permissão, culpa
Com vontade nenhuma de pedir perdão
E penso pretinha, como eu penso

Pretinha?
Ta melhor?
Já comprei um para-raio
Já mandei abrir o céu
E já providenciei a escuridão no horizonte
Escuridão?
É onde se reuni todos as cores.

Pretinha
É só escolher...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Conquistas que acabam sendo bestas diante da realidade




Equívocos Parte I

Sentado na escada, esperando ela chegar. Hoje ela terá a melhor noite, terá, isso eu garanto. Olho o relógio e nada. Ela na chega. Seus cabelos negros, armação dos óculos negros, belo sorriso, bela retórica. Ah, chegue logo. Estou preparado como nunca. Qual calcinha ela está usando? Tem que ser a pequena, eu exijo. Pô, nem a vi hoje. Ela vai aparecer? Belos seios ocupando o espaço do sutiã meia taça que eu comprei no dia dos namorados. Tomara que esteja usando a lingerie completa. Cadê? Porcaria, já ta atrasada. Odeio esperar. Vou segurar a sua mão. Levarei para o apartamento. Quando abrir porta, já era. Puta que pariu, tirei meu dia para isso. Isso que dá fazer surpresas. Ela entra no apartamento, jogo-a na parede e beijo a sua boca. Lentamente vou beijando e passando a mão pela nunca. O corpo dele desfalece. Puxo-a com certa agressividade contra o meu corpo. Ela delira. Vou ligar para o celular dela. Ta demorando muito. Não. Vai estragar a surpresa. Viro-a de costas. Encosto meu órgão ereto nas suas nádegas e comprimo. Ela diz que sou louco. Beijo a nuca. Já sei, vou ligar para a amiga, talvez ela tenha passado lá depois da faculdade. Viro-a novamente. Olho no olho. Vou tirando a blusa devagar e acariciando os seios. Devagar vou descendo. Chego aos montes venuzianos. Outra pessoa. Existe outra pessoa. Existe outro cara, isso existe. Por isso essa demora. Ela vai ver só; chupo, chupo, chupo, chupo. Chego ao ventre. Um dia cultivarei meu jardim, um dia. Chego até a calça. Opa. Ela ta vindo. – olá, demorou ein? – quem mandou esperar? – Pô, por que essa ignorância? – o que você ta fazendo aqui? – Ah, sabe que eu te amo! – Para com isso, não tem volta. – Por favor, vamos conversar pelo menos? – Eu sugiro que você vá embora – Embora? Porra, te esperei o maior tempão, faz isso comigo não – Tchau – Pô...- Tchau, vai embora e não apareça mais! TENHO MAIS O QUE FAZER! Ela sobe nem olha para trás. Fico desolado e vou para casa terminar o serviço. E a calça? Nem deu para ver a calcinha que ela tava usando. De qualquer maneira eu vou abrir a minha e parafraseando, vou fazer um ato solitário no qual me envergonho nessa idade. Como me envergonho...

Equívocos Parte II


Diante do último resquício de esperma no sofá, tiro a fita erótica imaginando o olhar da gostosa da penúltima cena. Vou descalço a cozinha. Abro o armário resgatando a última seda e restante da erva. Aperto aquele baseado. Fumo voltando para a sala e sento novamente no sofá. A onda vem em forma de fractais flutuantes onde fico perdido na ilusão de vida na qual sempre quis. Lembro da última mulher que ficou nua na minha frente, a vontade de masturbar aparece, entretanto a tristeza é tamanha. A reflexão entra em cena no intervalo de uma pressão mostrando a mediocridade do sistema no qual me inseri. Está na hora de colocar a segunda fita, pois aquela atriz lembra aquela menina da faculdade que quero trepar. Masturbar doidão demora mais, então a imaginação vai labutar melhor do que a encomenda. Deveria chegar e dizer para ela o quanto ela é bonita e gostosa,. Mas não vou usar essas palavras secas, é claro. Criar toda uma alegoria, falar coisas bonitas, sorrir, sei lá, uma merda para ela dar para mim. Só quero transar, só isso. To muito louco! Lou - co! hahahaahahahahahahahahahha. Começou o flime. Nossa, olha que rabão! Meu deus! Ah ! Bem, minha vida é resumida a essa chatice. Não gostou? Olha-se no espelho então. Vai se fuder. Não enche. Deixe-me quieto!

Equívocos Parte III

Há, você está aí. O que você ta olhando? Vem cá, me chupa! É, gostou da minha pica? Gostou? Vem cá então. Isso. Chupa piranha. Aaaaa que boca. Até a garganta. Vai. Segura. Que foi? Tem sem ar? Não foge (tapa na cara) Batendo com força? Foda-se! Continua chupando. Vou gozar na sua garganta. Que língua, que língua. Que língua. Opa! Tem alguém chegando... Deixa eu desligar... Ah, cadê o controle? Achei! Levantar a calça. Tv desligada. - Oi amor, que silêncio é esse? A tv desligada a essa hora? O que você tava vendo? – Porra nenhuma! – Sei... comprei a blusa, mas não tinha da cor que você pediu. Trouxe branca e... – PORRA! NÃO FALEI QUE QUERIA AZUL? – Mas eu ia andar mais... – NÃO INTERESSA. TRAZIA AZUL OU PORRA NENHUMA. ESSA SUA MANIA DE QUERER ME MOLDAR, NUM FODI! – IH, por que essa ignorância? Preferiu ficar em casa e agora ta reclamando? Já almoçou? – Já. _ Na próxima vez a gente vai junto. – VAI JUNTO É O CARALHO. – Nossa, como é que eu casei com você? Nunca me trata direito. Se fosse um amigo seu... – AAAAAAAAAA, vai tomar banho e não enche a porra do saco. – É ISSO QUE VOU FAZER SEU CAVALO! – AH, VAI TOMAR NO CU! Já foi? Cadê o controle? Hum, deixa eu tirar o dvd. Porra, atrapalhou mais uma. Logo na cena daquela gostosa. Aliás, era para eu ter casado com aquela gostosa ou algo parecido. Pelo menos ela sabe chupar. Puta que pariu, to com maior tesão. Deixa ela terminar de tomar banho e eu entro no banheiro e termino de bater. Só assim. Só assim dá pra gozar nessa vida.

sábado, 13 de outubro de 2007

Trovoadas



A cor preta da força
Me deixa em dúvida
De que sou capaz
De derrotar a conduta
Que me enclausurou nesses dias de luta
E me fez ser modelo
Da opressão enxuta
E eu peço ajuda
Ao pensamento inútil
A minha preta linda
E ao meu corpo podre
O meu pensamento continua
O meu corpo continua
E a minha preta linda
Que na verdade não é minha
Importuno-a, encho o saco
Só para dizer que preciso
dela
dela
E dela
he., talvez ela nem me queira
Mas a dúvida talvez nem seja essa

domingo, 7 de outubro de 2007

Poemas Situacionais




Relaxa e Dorme

Preta,
Precisa de massagem?
Minhas mãos sedentas
Sedem o seu o corpo
E seu jeito manhoso
Me deixa jeitoso
De fazer com gosto
E deixar seu corpo gostoso
E com o óleo te besunto
Te deixo lisa de desejo
E com minhas mãos
Compreendo todos os seus anseios
E depois de uma noite de massagens
Venha para os meus braços
Venha e durma.




Na pressão e goze

Preta,
Eu quero muito
Te segurar pelo cabelo
Te pegar de jeito
Com jeito
Vou te pegar de quatro
De lado
De frente
Ufa....
Com suas unhas
Você marca minha pele
E com movimentos
Nos abafamos em gemidos
E você grita
E eu meto
Você me come
E eu grito
Na pressão
Preta
É paixão
Preta
Gozaremos
Preta
Gozaremos
Preta
Não dá mais para falar

IXI

Preta,
Seus olhos arregalam
Quando falo algo que não é de agrado
Caramba
Não sou da sua laia
Então por que explana
Que não queria que eu saísse de sua cama
Exagerei?
Quando você mete o dedo na boca
De ansiedade por eu te deixar louca
Ou pense que eu te deixe louca
Ou eu fico louco por você ficar louca
Não tenho culpa
Que olhei no seu olho
E acompanhei o mexer da sua boca
E entre o ser pilantra
E cheio de histórias
Quero construir uma memória
E tem que ser contigo
Tem ser contigo
IXI, fale logo
Ta bom
É contigo preta


Cabelos

Preta,
Nosso cabelos crespos
Entrelaçam sentimentos
E cremes destoam
Toda a química existente
Entre uma hidratação
Entra uma negação
A estética nos compromete
A estética nos envolve
A estética nos acalenta
A estética nos acalma
E enquanto
Nos empurram pentes quentes e máquinas zero
Nossso cabelos crespos
Transam
E nos dão belos filhos de dread...






Filha do vento

Preta,
Diz a lenda
Que existia uma tribo de príncipes africanos
Cuja especialidade era produzir orgasmos múltiplos
Nas mulheres
Só que conhecerem as filhas de Iansã
E sentiram que não eram tão especialistas
Então repensaram as práticas
E tentaram manter sua fama
Pegaram as filhas de Iansã
E dedicaram-se uma semana
As filhas de Iansã se reuniram
E disseram:
“Estão perdendo tempo,
Pois só temos orgasmos quando queremos
E assim como o vento
Vocês nunca irão saber
Quando seremos intensas.”
Sabe qual é diferença da lenda pro nossos dias?
Sabe?
Nem eu sei
Só sei que você é filha de Iansã
E eu quero saber quem sou...
























sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Download!!!


Uma onda de inconformismo invade a cena. Sem poder identificar o posicionamento no mundo, pegar ônibus sem rumo se torna a melhor opção. Quero fugir, quero fugir. O porteiro te olha com uma de desconfiado quando você entra desesperada com os olhos lacrimejados. Você procura garrafas, comprimidos, bagunça a porra toda. Um baseado. O bom e velho baseado. A vertigem procura uma forma e te dar de redefinição dos conceitos. Nunca foi certo essa porcaria mesmo e você está no quarto comendo e dormindo sem noção de sua potencialidade. Puta merda. Não sou coitada. Não sou coitada. Não... sou... coitada!!! Ta, já entendi. Do que adianta ouvir essas besteiras se a estrutura não me favorece em nada? Do que adianta? Aé, a busca. A buuuscaaa. Sem sentido essa merda. Senta ae, acende um cigarro, escarra nessa boca que te beija, a mão te afaga, é a mesma que te apedreja. Nem perguntei se você fuma né? Você se aporrinhou derrepente, levantou o copo cheio de vinho. E eu com o pano tentando secar o chão. E eu com o detergente tentando tirar o cheiro. A preta gata encostada na parede e você chega nela. Tasca outro beijo. Beijo. Homossexual. Putz.... Que merda ein! Nem deixou para mim. As vezes é difícil visualizar o quanto de caos somos induzidos a criar em nome de uma pretensa identidade. Às vezes o que acontece com o nosso ente mais querido é motivo para nossa desistência. Mas porra, somos continuidade das pessoas queridas, das pessoas que amamos e elas não desistiram, por isso a amamos. Vem cá, senta aí. Senta aí ó. Quer uma tragada? Ta vendo, ta vendo? Ta visualizando? A mente é infinita mulher preta e desistir é maneira mais fácil de destruição. Inventa uma bomba, uma poesia, uma música, ocupe os espaços historicamente negados. Sei lá! E a forma mais interessante de destruir algo. Destruir o condicionamento que nos dá a sensação de derrotados. É o que as pessoas que amamos querem que nós façamos. É o que eles querem. Aê, o baseado é foda porque do nada ele te dá uma sensação de intelectualidade. Apaga essa merda. Vou ali tomar uma cerveja, quando sair feche a porta. Saia de manhã. É melhor para enxergar...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Representações do Campo do Experimento



E ela olha dizendo que está confusa. Explica que tentou evitar. Evitar o que? Não está acontecendo nada. As unhas arranham a pele deixando marcas. Tenho vergonha. Ué, quem diria. Ela pede uma rapidinha. Diz que estou aprovado. E quem disse que preciso de sua aprovação? Você não sabe pedir. Só que você gosta de pegar. E gosta de sentir. E como gosta. Nem tenho algo tão excitante para proporcionar algo para sua imaginação. Talvez seduzir uma jovem e fazê-la perceber que ela gosta de sentir prazer, gosta de gozar e que a vida é excitante. É altamente válida. Encostá-la na parede, baixar delicadamente sua calça e penetrar. Tenho pouco recurso para investir em sua imaginação. Talvez se tivesse uma demonstração, pensaremos no seu caso. Mas o que realmente interessa além de gemidos e pedidos para fazer melhor do que já se fez. Quanta pretensão. Olha, tem alguém querendo nos vigiar. Foda-se tudo e a todos. Querendo mais e talvez uma exposição de um proto-sentimentalismo. Eu gosto o suficiente para me preocupar. Prometo te dar, carinho, mas gosto de ser sozinho, livre para voar... Ai, que chatice. É tudo clichê. É tudo clichê. Reveja esse roteiro pelo amor de Deus. Não quero o homem demonstrando maturidade na relação. Não quero uma jovem decidida e apta para ter prazer. Eu quero conflitos, confusões, brigas, choradeiras, paus duros e bocetas molhadas. Fazem tudo errado. Fazem tudo errado. Estão todos demitidos. Pausa para o intervalo. Coloca uma musiquinha ae! Pararapapararapaparararapaaaaaaaaaa. Um montoado de moedas no criado mudo e vários livros no chão do quarto e sua dança seduz todas as células do meu corpo. Atos e mais atos involuntários são codificados para o risco em ter alguém para desvendar o mistério. Aham pode parar. Ainda não gosto disso. Tem um cigarro? Eu não fumo. Tá, eu não gostei cara. Eu quero superficialidade. Não precisa definir quem é quem. Só ação e não interessa as conseqüências. Ae quer saber? Vem cá, só nos curtindo, se beijando, transando, gozando, se entendendo e vivendo. Rasga o regime padrão de representação de lado e me abraça. Gostosa, gostoosa, gosstooooooooooosaaaaaaaaaaa. Para de me chamar disso. Hahahahahahahahahahaha vai embora vai. Valeu! He.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

ENFEITE


Eu não gosto de maquiagem
Esconde os poros eminentes de suor
Transpiração provocante premiando os
Corpos colados depois de uma
Noite de amor intensa.
Eu não gosto de maquiagem
Disfarça a sua lágrima reflexiva
Cujo despejo me deixa apreensivo
Fazendo-me pensar se eu tenho algum objetivo.
Eu não gosto de maquiagem
Moldando uma beleza artificial
Confundindo a ilusão com o carnal
Perdidamente sem saber onde tocar
Para não borrar toda a apresentação
Eu detesto maquiagem
Como eu detesto
Quando você pinta os olhos
Usa sombra e passa batom
Termina o ritual e me olha
Eu gelo porque já sei a pergunta
- Você gostou?
Aí percebo o quanto eu preciso de você
Não faço nada para te contrariar
- Você está linda!

domingo, 24 de junho de 2007

Sem riso, por favor!












He, he, he, você está sozinho? Como conseguir atos propostos pelo coletivo incompreensível. Interessante os fatores pertinentes que fazem o sujeito ser legal, atraente, sem graça, arrogante, confiante, admirável.Estudos propostos seriam necessários para se ter mais uma suposição perante o disfarce sistêmico que assola o redor de conhecimento. Exaustão deliberada por drogas controladas, drogas controladas que não dizem mais nada, ensejo de pessoas normais com ânsia de ter uma mutação de DNA para fazer o momento ser perfeito. Seria melhor uma atitude? Atitudes são propostas para feridas não cicatrizantes. Que dor. Que horror. Achou-se o objeto sem forma definida da matriz transgênica. Uma diferença mortificada na hora do caos. Surpreendente levante da plebe acostumada a amaciamentos constantes. Uma coisa. Por que o telefone não toca? Ninguém chama. Não há amor nessa melancolia mansa. Uma chance para quebrar regras através de uma atração estética. Sensação de poder, de controle, ser sociável, ser expressivo. Vai pro caralho, vai tomar no cu e que se foda todo mundo. Minha sina é viver angustiado. Alguém me chamou?

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Futebol para Leigos


Estava distraído quando saiu o segundo gol. As pessoas vibrando e não tive muito trabalho ao não ser atrapalhar a onda. Observava o casal se entrelaçando nas arquibancadas como se o estádio não tivesse lotado. Estava incomodado com o número de pessoas me espremendo, machucando o meu calcanhar ao contato com a arquibancada, pois não se tinha como sentar. Ainda eu tinha a preocupação de ser atingido por copos de mijos voadores que pareciam não acabar mais. O jogo acaba e a ida para casa passa por evitar as ruas onde a porrada estancava. E eu no canto do muro tentando fugir e ainda ser confundido com um brigão. Quase apanhei. Passo pela briga, ouvindo estrondos de gás lacrimogêneo e vendo luzes vermelhas e azuis ao fundo. Foda-se. Em casa, abro a geladeira e pego uma cerveja. Ligo a TV para ver os lances. Penso no casal, pego e celular e ligo para minha mulher. Minha mulher não, um caso que eu tenho. Ligo, ligo, ligo e ela não atende. Deve ter enjoado da minha pica. Resolvo bater uma punheta. Claro que mudo de canal para ter melhor inspiração. Um canal desses de desfiles de lingerie para disputar a atenção dos homens diante do jogo de futebol. Depois de ter gozado, volto para o programa de esportes e vejo um lance que tinha reparado. Putz, meus calcanhares doem. Nunca mais irei aos estádios. Nunca é muita coisa. Só pago agora para as cadeiras numeradas. Vou tomar um banho. Sinto-me sozinho. Mais sozinho do que nunca. Choro. Ninguém está vendo mesmo. Saio do banheiro e anoto os nomes das pessoas que irei zuar no dia seguinte. Ligo novamente, a última tentativa de uma foda. Não consigo falar com ela. Definitivamente não tenho pica boa. Amanhã de manhã comprarei o jornal para ver a nota dos jogadores. Vidinha monótona essa, ein. Vou dormir.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Pilantra, eu?


A sua contorção enfiando a unha na minha pele é...Preto? Oi? Você diz tanta coisa para tentar me convencer de algo e nunca acerta o que eu gosto. Nunca acerto? Nas suas entre linhas é mostrado isso! Sei. Te levanto, levo para um canto, levanto a sua saia, coloco meu pênis por entra a suas pernas. Com um leve comando você o pressiona. Eu faço movimentos como tivesse te penetrando. Acha realmente válido batermos de frente? Acho. Por que? Para comprovar que você é um pilantra. Oh preto, eu te vejo todo dia, com que você está falando? Não é com você, calma aí. Tá vendo, não se prende a ninguém mesmo. Pô preta, fica quieta um pouquinho só? Muito obrigado. Nossas carícias se tornam mais ousadas a cada entrocamento. Finalmente consigo mexer na sua líbido de tal forma, que a permissão para beijar a sua vagina por cima de sua calcinha se torna clássica. Delira, delira, fica desprevinida. Jogo a calcinha de lado e chupo. Te deixo pegango fogo. Você vai até onde eu deixo. É, gosto de sua confiança. Talvez tudo que eu fale seja falso. Talvez o que eu fale também seja. Estamos brincando um com o outo. Brincar é bom. É, sempre é bom. Me dê uma definição de pilantra. Melhor não dizer, posso te ofender. Preto, você tem que decidir o que quer da sua vida, tem que escolher. A questão não é escolher, pois não sou dono de nada. Tento entender a nossa relação, mas não consigo ter uma definição. Quer saber também, foda-se. Sabe o que realmente dá vontade? É de te puxar para junto do meu corpo, sentir sua respiração que pode ser ofegante devido ao seu tesão ou quem sabe devido a sua apreensão em estar com o seu corpo colado à alguém como eu, chegar perto de sua boca carnuda e... Preto, a minha boca não é carnuda. Quem é essa ein? Acesso de cíumes não, preta. Sua mão pequena me mastuba como a muito tempo não fazia. Seus beijos carinhos em constraste com sua mão safada é uma das formas mais interessantes da formulação orgasmática. Essas coisas eu farei só casando. Então eu caso contigo e depois de 1 ano, nos separamos e a vida continua. Se nós nos casarmos, você nunca mais iá querer largar de mim. Ha, eu acho que é o contrário. Aceita o desafio? Preto, eu sou só um corpo? Eu me preocupo contigo preta. Consegui uma coisa sua e não pode negar. O que você conseguiu? Seu comprometimento. Tá!

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Andar, refletir, sentir e gozar, grande questão! (roteiro de um filme)




O que está esperando? Venha cá! Não? Venha, beije-me! O roteiro é de filme de quinta, mas o desejo é de romance de primeira. O coração não bate a mil por hora. A pele esquenta e cuecas e calcainhas umedecem. Só que nada solta pra fora. Falta pouco! Ai, para de besteira, só pensa nisso. Opa, limitando a proposta de interação. Bem típico da pouca experiência. Aliás, o que é a experiência senão o ato de se deixar levar quando é para acontecer. Mas quando é? Diga-me! Diga-me porra! Ops, o palavrão não é bom para o convecimento alheio. Não consigo disfarçar. Meu instinto entra em profusão quando te encosto. Excitado. Além do normal. Nunca me aconteceu. Você é a minha perdição. droga! Expus-me a valer agora. Sabe da minha fraqueza. Vai querer me dominar. Tô ferrado. hehehehehehehehehehehe. Está acreditando nas minhas palavras? Acredita mesmo que tem o controle? Uma coisa nisso tudo você pode acreditar. Desculpa preta, não deveria ficar de pau duro quando estou só contigo. Desculpa preta, deveria ser romântico e lhe fazer massagem nos pés. Desculpa preta, deveria estar sempre apto a ser seu porto seguro. Desculpe preta... Te jogo na parede e beijo lentamente a sua boca. Minhas mãos percorrem o seu corpo em busca da energia para ligar o meu aparelho cirúrgico carnal. Hum, analogia estranha essa. Aparelho cirúrgico carnal? De onde tirei isso? Eu te amo preta! Não deveria usar essa expressão. Denota minha cara-de-pau e insinceridade. Não sou santo. E você é a minha gostosa. Sinto-me bem com você. Sinto-me excitado contigo e viveria assim durante muito tempo. Na penumbra, na sombra, no subtentido, escondido. Podemos namorar pessoas diferentes, podemos transar com pessoas diferentes, mas descobrimos que nossos corpos juntos provocam terremotos, erupções e isso não queremos mais evitar. Somos autodestruidores da moral e dos bons costumes. Estamos ligados pelo instinto. Estamos ligados pelo sentimento. No fundo nos amamos só que ninguém dirá a frase, e isso será para a toda eternidade. E não precisa niguém saber disso. Corta! Preta, 5 mim para retocar a maquiagem, vamos para a próxima cena!

domingo, 15 de abril de 2007

Megafone sem distorção




Estar escrevendo para a mídia mais esparsa do universo, em que nunca se sabe se vc será lido ou não, é a tarefa mais instigante dos escritores da pós-modernidade. Quem vai te ler seu mané, quem vai te ler? Eu não sei, Eu não sei!


Relativizando as formas de expressão, eis meu blog!