segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Mulheres Vitais Parte III


Olha só, tá tentando buscar algum elo capaz de não te fazer entendedora de suas responsabilidades. Não adianta, a proposta que você aceitou não te inibi dos seus atos. Todos já esperam sua postura de inquisidora, apesar da inquisição não ser uma das melhores referências. É sim, é sim.
“Ela chega e todos tremem. Ela aponta e é um “ai, meu Deus”. Por que isso? Todos querem agradá-la. Ah, muito pouco para tanta devoção. Isto é, não temos noção dessa devoção né. Procura quem tem e pede para nos explicar, ué.”
Oh nega, não olhe assim. Estamos tentando entender até que ponto chegaremos ao te acompanhar. Como assim? Ih, agora pegou mal né, te tratando como um mito. Como alguém impenetrável, inatingível, como alguém que consegue colocar todos aos pés. Tá vendo, esse tipo de tratamento que todos te dão não é condizente com suas atitudes atuais. Irresponsabilidade? Não, não combina. Lembra o pacto, a proposta de bater de frente, é mexer com o inconsciente coletivo e provocar uma reação, seja ela qual for. Será violenta? E se for? Você já provou que está preparada e isso não tem como recuar. Já está além das expectativas criadas, não tem mais como, já era, já era. Vamos voltar ao quesito do mito? Já sei, acha que é exagero né. Também penso assim.
A alegoria só foi construída para que não caia nessa de fuga existencial. Estamos além dessa estrutura. A estrutura nega, é ridícula. Da maneira como te enxergam também é e você ainda nessa de ser irresponsável. Não...
Não caia no mundo das bobagens!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Mulheres Vitais Parte II


É nega, tava tentando entender sua relação promiscua com alguém que oferece músculos e histórias de bimbadas. Sempre te achei atraente, sempre. Só que não fez tanta diferença. Eu sou amigo do cara e de certo modo ele é até sensível. Talvez ele tenha o feeling que não tenho. Sabe reconhecer quando as mulheres querem foder de fato. Sem palhaçadas românticas, sem esses caôs de ancestralidade, sem isso nem aquilo e por aí vai. Ele vai, mete, faz a mulher gozar e foda-se. Elas o usam, mas ele nem se importa tanto como eu me importaria e na verdade o foco não é exatamente eu. É você e sua tentativa de felicidade, sua tentativa de ser provocante para mentes colonizadas, submetidas, castradas, que não entendem o que ilusão ou realidade. São tolos por não quererem te dar prazer. Você tenta viver, ser uma mulher plena, ativa, é talentosa, é linda, porém não se envolve exatamente com homens que te elevam a condição de rainha que tu és. Ah, já tentei chamar sua atenção de tantas maneiras e porra nenhuma. Há pouco tempo conversamos que não tem homens para mulheres ativas. Realmente, tá complicado e nem sei se me encaixo de fato no perfil. Ultimamente só penso em sexo e amenidades. Vocês são bem maiores do que isso. Acredito na sua propensão em ter prazeres múltiplos. Seu sorriso não nega...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mulheres Vitais – Parte I


O sorriso dela denuncia algo. Um agradecimento diante do fato de considera-la autônoma. Precisa agradecer? Claro que não, ela se garante. Constante, está constante o seu zelo. Movimenta mulher, movimenta e esteja ciente de que em breve chegarei até você. Por quê? Ouça esse cd com músicas previamente escolhidas, explanando as nossas possibilidades relacionais. Ai, às vezes o coração dói. Eu sei que não foi obrigada. Entendo a sua função que é primordial para o andamento da estrutura. Não corra, dance. Não grite, cante. Para aquele público que veio te assistir buscando ares de revolução. E depois de seu empenho em satisfazer a demanda psíquica, você vem ao meu encontro e diz que está cansada. Quer uma massagem? Sempre é o que você me diz. Comprou o óleo. Já tenho. E ela diz que quer entrar no meu mundo. Mas o mundo não é meu, nega. Você construiu algo e quero compartilhar, mesmo que seja transitório, mesmo que seja. Na noite terminamos entrelaçados com nomes cortados, gemidos desvelados e gozos transtornados. Você deitada nua de bruços apontando todas as possíveis nuances de um amor sem fim. E eu cético em pensar que você pode ter amores sem fim. Amores não, um só amor. É? É. E quem seria esse grande amor? Ainda não descobri. E nessa possibilidade de descoberta do amor sem fim, observo-a indo ao banheiro. Fico frustrado por ela não apontar a mim como esse amor sem fim. Talvez ela tenha feito isso de propósito, pois ela sempre brincou com minha vaidade. Talvez tenha percebido o quanto a amo e ter essa certeza da reciprocidade seria de um ganho imensurável. Ela volta com um sorriso irônico. O que foi? Tava esperando alguma coisa de mim né. Talvez. Nada que possamos deixar de fazer por causa de resposta. É, nós nos entendemos, transamos, dançamos, cantamos em conjunto. É, deita aqui...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Punhetas, reflexões, decepções e a vida tem que continuar


Quero dar uma rolê
E através de um olhar, perceber
Que alguém pode gostar de mim
Deixei a barba crescer
E?
Penso naquelas que nunca tive
Nunca tive
Imagens inconclusas
Boceta chupei, mas não penetrei
Boceta masturbe, mas não penetrei
Tentei foder na pressão
Falha na conclusão
Os que tive continuidade
Saí sem dar muita explicação
As pretinhas são minha perdição
Porra, tô virando um punheiteiro sem noção
Não, não
Vou dar um role
E perceber
Posso olhar para você, você e você
Gritar, perecer
O que?
Sem graça
Sério
Chato pra caralho
Reclama da vida
Recalcado?
Porra, isso não
Então pretinha, será que isso tudo vai acabar
E teremos tempo para nos amar?
Você não, me sacaneou bonito
Vai pro caralho
A distância só matiza
Tá gostando de alguém né?
Tá certo
Preciso recolher meus recados
Meus brinquedos
Meus poemas sujos
Que se tornam idiotas
Para as pretas que se sentem intactas
Palhaças
Ultimamente ando isolado
Telefone toca pouco e quando toca...
Poucos recados na rede de relacionamento e olhe lá
Pouco solicitado no chat, putz...
É fase
Será?
Tô querendo acreditar que existe alguém por perto...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Confusão de Pensamentos


Permitindo qualquer sensação em qualquer lugar. Eu permito. E daí que você permite? Eu só quero ter o prazer, só isso, o prazer!

Direito de escolha para bater de cara com o muro. Mexa os pauzinhos, anda logo, mexa. Eu to com sono, agora não! Porra...

O corpo está transpirando. Não corra, não corra. Não sambe, não sambe. Não foda, não foda. Não durma, não durma. Não canse, não canse. Eu não consigo.

Cadê o relax? Não tenho. Como assim não tem? Não tenho tido tempo. Ué, mas o namoro, não há relax no namoro? Tenho namorado pouco. Entendo.

Anda está bolada comigo? Não! Tá bem? Tô.

Corpo alvo, corpo-território, corpo-arquivo, corpo-arma

O panóptico. Você anda num espaço e está sempre vigiado. Pensa duas vezes antes de furtar, pensa duas vezes antes de esconder, pense duas antes de..., e aí, pensa duas vezes antes gozar. Não dá. Será punido! Será!

Hein? Era? Não! Extremos ainda? Só para organizar os sentimentos. Ah sim. Eu não vou. Oh, por quê? Adiado para dezembro. Sério? É. Pena.

Vai morrer sozinho com sua busca pela mulher ideal. Não consegue sair do padrão neguinho, não consegue.

Cambada de babacas preconceituosos. Não adianta. Cada vez acredito menos em alienação. É a adesão ao padrão hegemônico.

Preto, to aqui te esperando. E como você está? Peladinha. Sério? Vem aqui. Não vai entrar? Mete. Não fala nada pretinho? Ah, assim não. Ainda falta.

Trouxa. Trouxa fazedor de poemas...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Amores bem Resolvidos


Risco, você está em risco
Do prazer, do amor sem prejuízo

Seu eu te mostro caminhos diferentes do que está acostumado, você gela. Perde a linha, não amarela. Tenta convencer a todos que está com a razão. Não está? Porra, insanidades, estou propondo insanidades. Estou devendo até hoje. É o amor.

Irradiado
O que?
Irradiado
Porra, o que?
Eu e você
Nos fazendo por merecer
Sem perecer
Em um quarto de hotel
Sem coquetel
Apenas eu e você
Mas no quarto de hotel não entra luz
É o nosso corpo que reluz
Ah tá
Tava faltando o clichê
Fazer o que?
Nos amamos
Fazer o que?

Aí que tá, você nunca pronunciou esses termos. Está falando de um jeito diferente. É a facilidade que está me contaminando. Que bom, só assim você entra um pouquinho no meu mundo. Ou entro por inteira. O que? Tentador. Isso, quero ver se está disposta a se aprofundar. Sério pretinho. Tô querendo comprovar hein?

O direito de te oferecer a tentação
É o direito a moção
Sem usucapião
Criação
Ou não
De determinada posição
Para definir a atração
Ou o arranque
Do nosso coração
Pois não
Alguma objeção
Ilusão?
Não!
Consideração?
Não!
Paixão?
Paixão?
Pai – xão?
Cala a boca
Vem cá
Tesão...

Devagar, senão quebramos tudo. Tudo isso porque estamos tanto tempo sem nos ver. É. É assim mesmo. Nunca tivemos comprometimento e por que isso agora? Te incomoda? Sério? Incomoda? Nem adianta ficar fugindo dessa responsabilidade. Tá vedno a bagunça que fizemos? Não é simplesmente tesão. Teorias, teorias, teorias. Vem cá pretinho, você sempre quis corres disso né. Sempre. Agora já era.

Quando você disfarçou
Eu percebi
Quando eu sentei para te observar
Você percebeu
Ficamos naquela
De fato
Naquela
De querer repartir o bolo
E repartimos
Comemos
Nos lambuzamos
E usamos o mesmo guardanapo
Para nos limpar
Isso vai acabar?
Talvez
Quando escurecer
Ai não
Quando escurecer vamos foder
E o romantismo
Continua
Eu te amo
Você me ama
E nossas almas estão nuas

Sim? É isso sim. Nem precisa chutar o balde, nem precisa...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Amores mais ou menos resolvidos


A quem diga que não te quero bem
A quem diga que não te compreendo
E eu te vejo todo dia
E eu te vejo todo dia

Fazia tempo que não conversava contigo e vejo que está bem. Vai bem, o namoro vai bem. Opção pela fidelidade? Tem hora que é bom. Ando aproveitando a relação, por isso que estou fiel. É... e o meu coração continua vagabundo!

O dia está ensolarado
Vamos para a praia?
Não gosto de ficar na praia de bobeira
Vamo pretinho, por mim
Ai
E você ainda me diz assim
E eu fico obrigado a dizer sim
Eu vou!
Eu vou...

Aí digo que estamos a um passo de a corda arrebentar. É? É. Enjoou. Não pode. Tá casada e há um ano e meio faz sexo 3 vezes ao da, não tem como inventar. Tem razão. Agora eu entendo mais ou menos a relação. Ligação carnal. Ligação carnal. Até que um número considerável de fraturas não sararem ao mesmo tempo. Nunca saram. Um dia a dor consome. Deu uma crise de riso. Louca.

Se eu digo que te aguento
Aguenta?
Como assim aguenta?
Se sou eu que te alimento
Se sou que te sustento
Entende a lógica
O fato que você trabalha
Não te prova
Afinal sou eu que te alimento
Você quer a prova?
Tá disposto?
Oh meu nego, tá disposto
Disposição de enfrentamento
Assim é fácil, sou eu que te sustento
Sustenta o que nega?
Sustenta o que?
A sua masculinidade
Putz

Estou deitado no sofá vendo tv e você chega. O que está vendo? Um programa besta. Almoçou? Almocei. Fez o café? Fiz. Tirou a roupa da corda? Tirei. Vou tomar um banho. Tá.

No jogo da anulação
Quem ganha é o cão
Que late pedindo atenção
E sim receberá de montão
Quem ganha nessa pressão?
O jogo da balança é uma imposição?
Hegemonia, nos empurraram da hegemonia
Opa, nos deram as foices
E a condição de rebeldia
E fico machucado
O seu corpo alugado
Sistema binário
Sacralizada, submetida
Vagabunda, assumida
O corpo macho
Tá conscientemente quebrado
Ato de violência extremado
A casa é o asilo inviolável
Quem ganha nesse jogo malogrado
Lava louça
Faz o almoço
Toma banho
Fica de cara
Vamo fazer amor
Vamo fazer amor

Estava tirando fotos suas dormindo e você acorda. Acorde e se espreguiça. Acorda mal humorada e não diz nada. Continuo tirando fotos. Ela vai para o banheiro lavar o rosto. Deixo a câmera de lado e a agarro por trás. Ela no lavabo. Para nego, para. Oh neguinha, tem certeza? Tenho. Deixa eu me ajeitar. Tem muita coisa para fazer. Tá, pode deixar que eu te ajudo. Ainda bem...

A consciência nunca é tranquila
O enfrentamento sempre é para a guerra
Tem que ter alguém para cuidar das feridas
Tem que ter alguém para cuidar das feridas
Quem vai assumir o papel?
O poder que decidi?
Quem tem o poder?
Porcaria
Até quando nesse mais ou menos?

Então eu calo com seu dedos, fazendo carinho nos meus cabelos crespos, acendendo minha corporalidade, dando condições para me deixar a vontade...



terça-feira, 15 de setembro de 2009

Amores mal resolvidos


A sua provocação me deixa atordoado
E a sua atenção nem tá valendo 1 centavo

Diante do fato de sempre recorrermos as ilusões para suportar o que consideramos dor,o que pensar? Logo eu que estou de fora a espera de uma resposta que nunca vem. E estou esperando há quase dois anos.

Suas fotos demonstram felicidade
Um conluio de casais, sorrisos fenomenais
A sua mão firme na mão do seu par
Eu fui dar uma de espiar
Fiquei numa de invejar

Nossa, essas notícias só destroçam o meu ideal romântico. Droga, as pretas estão fodendo e essa porra incomoda. Não deveria, vai de contra o meu ideal libertário. Bobagem, se eu tivesse fodendo, essas considerações não fariam muito sentido. Então tudo se resume a trepar? É, agora você me desconcertou...

Contato visual
Contexto emocional
Eu pedi para não mexer comigo
Desvirtuando o sentido
Qual é o perigo?
Não quer desracionalizar?
Não quer nos pés nas nuvens tocar?
Que beleza de bom dia, que beleza de bom dia

Acordo inquieto querendo alguma coisa para tocar. Não tem nada rapá. liberado para ficar até o dia seguinte, preferi ir embora hoje. Seu rosto um desapontamento. Eu idealize e não percebi seu momento. Estranho, tá tudo muito estranho. Aposte que isso vai mudar. Pode apostar, vai mudar. O que? Nunca se deu bem com jogos de azar. Lamento. Estou longe...

O principio do momento
Eu, tu
Tu preferes me ignorar
O conteúdo da decepção
A razão
Quem perdeu?
Quem o que?
Está esperando o que?
O tiro saiu pela culatra
Piada
De mal gosto
Eu te assisto
E você ri conversando com outro
Sempre fui sem graça
Mediocridade
Você chora
Mas não se importa se eu me importo
Estou sumido
Pois é
Pensei que não queria mais falar comigo.
E você nem me procurou para saber...

O risco de em breve dar um tempo nessa porra toda é iminente. Iminente. E quem garante que estaremos livres das dores? Limitado!

Venha
Estou te esperando
Comprei o vinho e as velas
Preparei o som
Jazz, samba
Trilhas que não tocam em novelas
Soul, blues
Nada de louvor a Jesus
Pois aqui se consumará o pecado
Tapem os ouvidos de quem estiver ao lado
Universo encarnado
Conceito idealizado
Nem acredito nessas porras
Só queria prolongar o nosso instante

Tenho saudades do tempo que não sentia dor. Morra!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Projetos Revolucionários Parte V


O pressuposto da batalha é tentarmos atingir o inimigo sem ele ter capacidade de reação. Reagindo de maneira coesa ou não, o seu ataque se trona falho. É, seu ataque se torna falho. Você acredita que é bom general, mas tem soldados. Você é bom? Poupe-me de suas evasivas.
Atingi-o na fronte e não se pode dar mais o caô que você está acostumado. Essa necessidade de se sobressair, sempre se colocar como importante está enojando. Está desacreditado, sabe que está, mas não admiti. Porra, já encheu o saco, não percebeu que é um alvo fácil?
O som está alto e não se percebe quem o chama. Não era para ser desse jeito. Não foi assim que o ensinaram. Saber por onde entra para saber como sair. Principio básico da guerrilha, filho. Arrombaram a porta e você se assustou. Está tentando fugir? Pow, foi alvejado. Bem feito.
Pra churrasco geral quer comparecer né? cambada de pela-sacos, miserentos da porra. Qual é a missão?
O resgate da alma que foi considerada que foi considerada perdida, em que os ânimos foram parcialmente aniquilados, em que a força está devidamente partilhada, é válido para se detonar o sistema que o fez se sempre assim. Porra, quase 6 bilhões....
É o poder, vai ter que perecer, ceder, retroceder, prostrar, cair e suceder a um novo ciclo, um novo ciclo cumpadi, um novo ciclo.
Estamos perfeitamente armando um plano para tomar o que é nosso. Hoje acreditamos na luta armada. Tiros certeiros na nuca. Treinamento intenso. Quem é você? Porrada. Quem é você? Porrada. Quem é você? Porrada. Não sei quem eu sou! ótimo. Está preparado a guerra. Vamos executar o plano. Sem dor, sem medo, sem dó, apenas o estouro e o descontrole. Perfeito? Não entraremos em detalhes. Executado?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Projetos Revolucionários Parte IV


O caos talvez seja a melhor garantia de que as coisas realmente mudem. O fio da meada pode garantir a decisão que há muito tempo pensamos em ter. Estava exatamente acompanhando o desenrolar dos fatos no olho do furacão. O homem negro, alto, forte, bem estereotipado para ser chamado selvagem, discutindo com o empregador sobre a discriminação feita pela empresa de cargos. Discussão pautada em argumentos concisos e inteligentes. Argumentos que causavam um furor em uma platéia sedenta, esperando uma senha para que se a revolta aconteça. Algo parecido com o que aconteceu na Inglaterra quando as máquinas começaram a ocupar o lugar das pessoas. Só que ali, em um auditório lotado de empregados insatisfeitos, quem o que o patrão se colocou a disposição para discutir com o líder dos empregados, claro que acompanhado de uns 20 seguranças treinados para serem bem persuasivos em situações extremas, em que os empregados estão esperando a deixa para colocarem a empresa de cabeça para baixo, a minha observação fica muito limitada. Vou me limitar a dizer que o óbvio aconteceu. Como isso, o óbvio? Revolta dos empregados, tomada da empresa, seguranças como reféns, negociação com a polícia, com o Secretário de Governo, empresa sitiada durante uns dias, mudanças hierárquicas, reivindicações aceitas e o negro alto e forte foi preso. Ué, o que aconteceu de óbvio nisso tudo? Só o negro que foi preso né? Na verdade gostaria que essas situações fossem realmente óbvias, mas não o são. Até o negro que teoricamente iria mofar na cadeia, saiu mais fortalecido em suas reivindicações. A intensidade nos fatos ocorridos me remete a um momento cuja minhas vontades de ter e dar prazer ultrapassa os meus anseios por estabilidade. Ficava buscando parcerias ideais pelos cantos e no mais, o que tinha acontecido eram comportamentos estranhos, de rupturas sem explicações plausíveis. Até encontrar aquela no qual todos meus desejos reprimidos forma liberados. Na verdade os desejos reprimidos liberados foram os dela dentro de um contexto de provocação do caos reinante dentro da psique dela. Provocações constantes, confissões que se tornam comuns, construção de um momento caótico....

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Projetos Revolucionários Parte III


O discurso é esse aí mesmo
Sensível, coeso, impactante
Que nem o parir de uma gestante
E o esforço de um retirante
O discurso cansa
Como a voz do político
Prometendo bonança
Como a criança depois de apanhar
Fica sem esperança
O discurso cativa
O discurso amansa
Destrói o meio
Ressurge na lembrança
Daquele que prestou atenção
A palavra é a chave mestra
Da desejada ignição
Sem cosimeração
O discurso se despede
Deixa todos na mão
O mundo vira manicômio
E tudo fica com graça ou sem, sei lá...

sábado, 22 de agosto de 2009

Projetos Revolucionários Parte II – Família


Então pretinha, tem dia que eu fico de canto amuado
Pensando como o mundo negro é amargurado
Tristeza e dor fazem parte constate do vocabulário
Dá a sensação que só esses termos no dicionário

Mas produzido sensibilidade no sofrimento
Supris a carência é uma forma de talento
Sempre preparado para se levar uma porrada
O alerta se transforma em cenário de casa

Para, para eu só queria ter carinho
Mas como, aprendi a ser sempre sozinho
E é estranho essa falta de compatibilidade
Gente do mesmo sangue que não te deixam a vontade

O grau de parentesco que não te garante muita coisa
Mãe, pai, irmão, não te garante muita coisa
E na sua inocência você quer discutir vários assuntos
De repente, uma chamada: Acorda pro mundo

Quando eu acordei descobri que tava devendo
E que minha vida seria canalizada para costurar remendos
É preta, às vezes eu me sinto falho
As vezes até contigo me sinto um otário

Por não ter dar a atenção devida
Por acreditar que não tem uma saída
Que mundo é esse preta que bota dificuldade
Até para te chamar de querida, não me sinto a vontade

Assim como é dificultoso entender a própria mãe
Assim como é dificulto perdoar o próprio pai
Assim como é dificultoso adiantar o próprio irmão
Engole o choro moleque, é brincadeira não

Eu queria entender mais de sentimento
Queria ter condições para cuidar bem do meu rebento
A vontade é de reformular a base familiar

Então pretinha, se você me aceitar
A base é pan-africana, autônoma e o impulso é para transformar.

domingo, 16 de agosto de 2009

Projetos Revolucionários Parte I


O atestado de óbito do revolucionário
Achado nas gavetas do Senado
Indicava em outras coisas que ele foi torturado
E quando estava dormindo, ele foi alvejado

Cortesia das forças armas brasileiras
Defende a ordem e o progresso de forma corriqueira
Gastar munição é muito oneroso
A Educação pública elimina revolucionários por desgosto

O charme da contradição é não ter um tostão
É acreditar no País, acreditar na nação
E a policia militar protege a população

Os deputados brigam por emendas constitucionais
Para favorecer as empreiteiras, para construir hospitais
Tá certo, mais pessoas são serão atendidas
Só falta o gaze, o leito, o raio x e o bisturi ficou na barriga

Da empregada que está muito cansada
Espera, espera e não acontece nada
Espera o seu filho ter o Ensino Básico
Espera ansiosa pelo aumento do salário

Espera com paciência a fila do SUS
Espera clamando pela volta de Jesus
Qual é a cruz que você carregou
Metade do seu salário é usado como encargo

Da política de extermínio da juventude negra
O governador de mão dada com o capeta
A lei que protege todos os ricos do planeta

Jantares e orgias
Mortes e alegrias
Novas regras sociais são estabelecidas

Pagamento de proteção
Concorrência por pontos de extorsão
Entre a carência e o mínimo
Aceitar um qualquer alivia o raciocínio

O nosso orçamento federal indo pro ralo
Os ratos são coagidos com um par de sapatos
O interesse público acaba virando o escarro do coitado

Que está tuberculoso
Só pele e osso
Não acredita mais em Estado Democrático

Ele que estudou a História do Brasil
Percebeu o caô do peito varonil
Conorelismo e clientelismo foi o que ele sentiu
As margens plácidas foram manchadas de sangue juvenil

E até que ele sonhou
A maioria da sacanagem finalmente acabou
É, foi bem simples
O povo tomou a Assembléia Constituinte


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Hum...


Excitação

O foco é a sua imagem
Na minha psique
Te anunciam
E você está de vermelho
Eu a olho
Eu a quero
Posso?
A proposta é o ócio travestido de negócio
Sua evasiva é o teste do corpo
Contorno das palavras
Contradição no escopo
Você pede
Eu ouço
Você explica
Eu ouço
Não adianta
Eu ouço
E nem acredito
No que eu ouço
Pois fico excitado
Por que será?
Por causa do vermelho?
Por causa do meu olhar?
Por causa do meu querer?
Ou por causa de você?




Ereção


Ficar tanto tempo te sentindo
Que não dá para disfarçar
A ereção é inevitável
Que nem cruzando as pernas adianta
E ainda você me tocando
E ainda você me elogiando
Fico nu
E me masturbo
Pensando em você
Oh, pecado
E você nem mora ao lado
A ereção continua
E eu querendo você por cima
Mas só e vejo esporadicamente
E mesmo assim continua ereto
Essa porra...
Eu querendo te penetrar
Opa, não posso confessar
Te penetrar...
Ah....
Seria tão simples
Mas não é meramente sexual
É essencial
É fenomenal
A ereção continua
Quer ver?


Comunhão

O que diria se a partir de agora
Abríssemos uma brecha
E nos entranhássemos
Rasgássemos nossas roupas
Rasgássemos nossos corpos
E nossas almas
Nossas almas
Se confundissem
E toda a energia emanada
Dessa fusão
Só Deus entendesse
Não adiantariam desculpas
Não adiantariam evasivas
Nem fugas
Pois por mais que seja breve
Será eterno
Será excitante
Será delirante
Ficaremos eretos
Nudez encantada
Que não será castigada
Talvez invejada
O importante que gozaremos
Nesta comunhão
Comunhão...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Poemas Safados


Poema Safado I

Hum, que vestido
Está tapando seu corpo
Nossa, que boca
Deveria estar colada na minha
Seios médios
Que cabem na minha boca
E a minha libido
Erotiza sua canção
E sua lágrima
Posso aparar com a língua?
E seu corpo?
Posso usar a língua?
Você xinga
E pede desculpas
E se eu penetrar?
E as desculpas guardar
Você vai me arranhar
E as desculpas guardar
Eu vou adorar
Ver seu rosto gozar
Sentir seu corpo transpirar
E aí?
Pensa que vai acabar, né?
Ai, ai
Ai, ai


Poema Safado II

Estou me masturbando
Pensando em você
O que?
Pensando em você
De quatro
De lado
Pernas abertas
Descabelada
E sem salto
Pedindo mais
Mais e mais
Eu me sinto
O máximo
Pois estou te dando prazer
Mas eu gozo
E minhas mãos sujas
Denunciam sua distância
Ligo para o seu número
Coloco uma roupa
Vou ao seu encontro
Dou-lhe um beijo molhado

Deveria ser mais
Mas saio do banheiro
E me masturbo
Até não poder mais


Poema Safado III

Sinto o transito livre
Em seu corpo
Que é cheiroso
Onde passo extrair sumo
Diante de nossos intensos orgasmos
E beber tranquilamente
Em um belo dia ensolarado
Estou abismado
Você nua
Me deixa zuado
Pois minha ereção
Não parece dar trégua
Vamos então foder
Sem dar trégua
Pode liberar sua libido
Pois você nasceu para gozar
Como alguém que aprende
A andar de bicicleta
E o seu rebolar
Faz eu explodir
Em um cantar
De repente surgem novas formas de criar
Mas não para de me beijar
Tá bom, vou parar
Os poemas safados vão parar
Mas e agora
Para onde desviará seu olhar?







quarta-feira, 29 de julho de 2009

Abolidos? (Versão Atualizada)


De posse da potência estigmatizada
A tez negra que representa a grande pegada
Alva pele sendo enquadrada
A textura do preconceito sendo gozada
O extermínio do fascínio da racialização
A falta de análise da potencialização
Cavalgando a negritude na rua de baixo
Enrabando o condicionado no apartamento decorado
O escroto dói, as pernas bambeam
O tiro destrói, os contratos claream
Já te disse o quanto sua pele brilha?
Já te disse que me dá prazer todo dia
A concubina maquiada não argumenta
O trabalhador com sua enxada não lamenta
Ô negão, para de reclamar
Ô negra, não para de rebolar
O membro grande, negro e duro assinando decretos
O corpo libidinoso, negro e formoso formando ministérios
A potência estigmatizada está no poder
Alvas peles de quatro esperam receber
Querem no útero ou no reto a sensação de prazer
A tez negra que fará você perecer
Entender, entender, entender
O que?
O seu descaso fez você morrer
Não dá mais para ir pro esconderijo
Aceite o seu negro caminho

sábado, 25 de julho de 2009

Tornar mais forte, mais ativa, mais intensa...


Cumplicidade
É o que busca
Mas o pique não ajuda
Pois o contexto não facilita
Qualquer tipo de saída.
Quantos caminhos são cruzados?
O muito é muito raso
E você caminha a passos largos
Pro meio do turbilhão
Os cabelos voam
O cento é forte
A sua vontade prevalece
E você finca os pés no chão
O vento pára
E você caminha lentamente
As ondas são provocadas
A provocação é tanta
Que você leva uma rasteira
Da onda
E seu sangue ferve
Quando bate de cara na areia
Alguém estende a mão
Você levanta
O seu corpo emana
A pulsão de intensidade
Você não percebe
Mas é o turbilhão em forma de carne
Que te deixa à vontade
Te demonstra a verdade
Mas o turbilhão não poderia ser carne
E você fica com raiva de verdade
Eis que de repente surge o insight
E você descobre realmente a intensidade
Os corpos que conquista
São apenas meias verdades
Pois gozar é o meio
Não é a finalidade
E a expectativa demonstra
Seu universo de vaidades
Os corpos são colados
Pois sua beleza é assustadora
Mas falar que você é bela
É clichê para qualquer pessoa
Você até boceja
Ai, que tédio
Parece que beleza é remédio
Mas não dá
Ha, o turbilhão voltando a cena
O vulcão explode sem pena
Quem irá colher a sua lava?
Quem cuidará quando estiver com febre?
Quem lhe levará para casa?
Quem despirá sua roupa com gosto?
Quem te colocará para ninar bem gostoso?
Então
Ventos, ondas, vulcões
A proposta seria descrever erosões
Erupções,
Explosões
Noção interessante da sua persona
E tá bem longe de ser a famosa Gioconda
Ainda bem
Descrevendo um aspecto da sua realidade
Vamos para por aqui
Contribuição gratuita da sua realidade
Só não pode falhar
Ih.....

sábado, 18 de julho de 2009

O Pescador


A sua subsistência é a sapiência milenar. As redes são trançadas, o barco adentra o mar. A rede é jogada. Peixes em abundância eu sei que vai rolar. Estar em alto mar. É a arte de pescar.
Tenho amigos pescadores que sempre cedem algum peixe. O rango escasso. Tem- se algo para acompanhar o peixe. Arroz fresco, feijão temperado. Peixe frito, peixe frito.
Conversamos sobre as aventuras dele andando pelo centro. Vários pescoçudos que fazem a coisa acontecer de um jeito imprestável. Ouvem mais do que deveria, sem palavras para completar as frases. As sílabas voltam, as letras faltam. O que mais? Fala mais baixo porra.
Paramos em um bar e ele continua explanando. Porra, já fico puto. Percebo um pescoçudo já se achegando. Já pesquei a sua aproximação filho da puta. Olho pro malandro para ver se ele pesca também, mas.... Perda de tempo. Encareto o pescoçudo. Encaro-o até ele se lugar. Se ligou?
Ah mano, não tá maneiro essa parada. Vagabundo não pesca o momento. Com nós é sem miséria nessa porra. Vai pro caralho. Nessa terra de pescador só tem pela-saco, atrasa lado e na verdade, os pescadores que fiquem com seus peixes e o resto que se foda!
Depois de um dia exaustivo enfrentando o mar com seu barco velho de guerra, eles adentram o canal. Espero ansioso o barco. Ah, finalmente, ate que enfim o olho de cão...

terça-feira, 7 de julho de 2009

A Areia Branca


Você me chama para caminhar na areia. E eu tentando cheirar o seu congote. Eu gosto muito dos seus beijos, mas aqui na praia não. Me deixa arrepiada, mas aqui não. Me deixa arrepiada. Recalcada do caralho e fica escrevendo esses nomes na areia, não fode!
Estávamos a fim de dar um caldo no amigo, pois ele está fazendo aniversário. Olha La, todo mundo com medo do cara. Vai lá, vai lá, vai lá, vai lá. Porra, eu vou. Dou-lhe uma rasteira e a galera junta para jogá-lo no mar. E ninguém reconhece o me feito. Grande feito!
Eles brigam por causa de um gol mal anulado. Jogar na praia é uma merda. Vinte para cada lado e o gol não sai nunca. Demora uma hora e pra baixo e pra cima ficam os caras tentando e nada. E justamente quando sai o gol, puta merda, a confusão. Putz!
A areia branca bate nos olhos. Ela incomoda. Tento pegá-la. Dá aflição. Imensidão. Tatuí. Já os comeu fritos? Eles dizem que isso é belo. É. Vamos correr? Talvez em uma semana você acostume. Sim. Vamos? Sim. As marcas dos seus pés ficam na areia. E o mar apaga!
Estávamos a fim de fumar um baseado. Ele só tinha um fininho. Fomos para a areia. Fumamos tranqüilo. Sobrou apenas uma ponta de papel queimado. Enterrei na areia. Os porcos vêm sedentos. Cadê o bagulho? Não tem nada um deles ajoelhou na areia e começou a fuçar. Quem nem cachorrinho. Deu vontade de rir, mas poderia levar um pescoção. O outro não satisfeito usou a lanterna e chutou a areia. Não acharam nada. Pediram para irmos embora. Ficaram incomodados. Se fuderam!
Construíram prédios com areia e eles caíram. Quem não sabe disso? Quem comprou os prédios não foi indenizado até hoje. Clichê!
Até hoje, até hoje!

terça-feira, 30 de junho de 2009

O Mar


As ondas sempre impressionam pela continuidade. Parece que nunca cansam. São cíclicas e não se importam. Com quem as desafie. Elas fazem questão de mostrar que sempre estarão lá e derrubarão quem tiver no caminho. Surfistas? Putz, quem dirá embarcações...
A imensidão do mar assusta. Nunca sabemos onde termina muito menos onde começa. Na beira da praia talvez. E quem tenta decifra-lo talvez só o nomeie. Só que são tantas nomeações e as fronteiras são tão frágeis quanto os náufragos.
Não se preocupe. Tudo ficará mais calmo. Iremos resolver a situação. Reforçaremos as embarcações. O mar bravio não irá nos fazer desistir. Tomara meu Deus, tomara.
E quem disse que estamos quites com vocês? Não querem se molhar amigos? Quem quer ser marinheiro? Quem quer enfrentar o mar? E não estão dispostos a entender como funciona. Pelo amor de Deus, assim não dá.
Eles mergulham no mar e enxergam Jesus Cristo. Eles mergulham no mar e enxergam Buda. Eles mergulham no mar e enxergam Maomé. Iemanjá reclama e o comandante se diz ecumênico. Tenho a ligeira impressão de que você não sabe onde pisa. Que sua empreitada como comandante é um grande fiasco e não admite. Não sabia que no mar haveria tempestades? O casco do seu navio não é resistente. Não previram os rochedos, os corais. E para que muitos marinheiros? Não sabia que a embarcação ia pesar? Não quer fazer o óbvio?
A onda é gigante e te engole. Os marinheiros morrem afogados não poderá mais andar.
O mar sempre triunfará, sempre triunfará, sempre!

terça-feira, 23 de junho de 2009

A Rede


Quando era pequeno, admirava um senhor que na porta de sua residência tecia uma rede com linhas de naylon para pescar. Era um trabalho intenso, meticuloso, bonito. Ficava ali bem cedinho e eu passava para ir para a escola.
A interação das pessoas passa pelo processo de reconhecimento de características comuns. Eu vou gosta de você se de certo modo eu me enxergar em você. E vou odiá-lo se alguma característica em você me incomodar profundamente como se eu soubesse que o contato direto com algo que abomino vai me tornar um ser abominável.
Para prender as pessoas, não usamos redes e sim grades. E ainda isolamo-las para não incomodar. Lógico que existe um aparato de vigilância. Na rede as pessoas se debatem até cansar. Depois elas arregalam os olhos e percebem o olhar inquisidor. O olhar assusta a alma e não se tem muita coisa para fazer.
Os espaços de divisão são o suficiente para que o controle seja eficaz. Ele quer o controle. E a qualquer momento as coisas podem fugir do controle. Assina aqui filho! Está construído a etapa máxima de tentar não sair do poder nem tão cedo. É verdade. A rede é construída com fios de aço.
Talvez a troca entre os pontos seja fundamenta para quem almeja sair da mesmice. E quem entende isso? Muitas pessoas. Eles querem ocupar os espaços, isso eles querem. Todos? Tem que haver espaços para oxigenação.
Ele se orgulha pelo trabalho bem feito. A rede de naylon está pronta para ser usada e sua eficácia será testada em alto-mar. Com certeza virão muitos peixes e se terá o suficiente para a venda e subsistência. Ela vai ter lucro.
Os homens corruptos não sabem tecer redes. Eles pagam para alguém tecer. E quem é pago é incompetente.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Peixe


Um cardume de sardinhas tenta chegar ao seu destino. Milhares juntas enfrentando as agruras da trajetória longa e complexa. E ainda existem os predadores que atacam por todos os lados. Tubarões, gaivotas e pescadores com suas redes. E ainda milhares sobrevivem e chegam ao seu destino.
No restaurante pediram peixe-frito acompanhado com vinho tinto. Não sou muito chegado a peixe, mas vamos lá, tudo pela articulação. Conversamos sobre os rumos que a cidade vai tomar, sobre os projetos e sobre a grande possibilidade de crescimento, caso eu adira ao projeto. Como o peixe-frito, degusto o vinho e penso. Eles querem uma resposta de imediato. Vão ficar querendo, pois por ora somente o peixe-frito me agradou.
Que peixe é esse que você tá assando? Chamam de Olho de Cão, mas sei lá se é isto mesmo. Ah... Você vai gostar. Tomara. Disseram que você conversava com os grandes. É, conversei. E aí? Eles querem adesão ao projeto deles. É? Sim. E você? Eu comi peixe-frito. E a possibilidade de ser peixe? Não sei nadar.
Tubarões, bagres, peixes-espada, olhos de cão, pirarucus e outros mais. Essas porras sempre têm aos montes, mas há quem queira ser cavalo, cachorro, gato, tigre e até mesmo porco. Porco? Porco não, é sacanagem. Porco é sujo. Sabe uma vantagem que o porco tem sobre os demais? Hum? Um porco nunca morre afogado. E o peixe se sair do seu habitat natural, já era. Pegou o espírito da coisa?
Resolvi que não preciso ser similar ao peixe para sobreviver no mar bravio.
Gosta de sardinha frita? Gosto não. Só tem isso para comer. Eu frito um ovo. Já é então. A sardinha é guerreira. É a que sobrevive em meio a ataques de predadores de toda a espécie. Vou fritar um ovo aqui, já é? Já é.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Diário de um Ser Mau - Intencionado Parte IV


Tinha acordado com uma queimação tremenda devida a ressaca. Bibi muito no dia anterior. Resolvi então tomar um café em uma lanchonete no centro, esperando ela passar. Ela passou e nem olhou para os lados. Ligo para o celular dela. Ela demorou em atender o celular – Alô – Nem olha para os lados – Oi – Volta, estou tomando um café na lanchonete que você passou em frente. – Tá.
Ela voltou. Sentou na minha frente. Uma feição de contrariada. Segurei a mão dela. Estava quente. Expliquei a minha atual situação. Ela ficou puta. Disse que ia embora. Paguei o café e a acompanhei. Caminhamos em silêncio em direção ao ponto de ônibus. O ponto chegou e ela ficou afastada.
- Por que tem que ser assim? – Assim como? – Você aceita as coisas com muita facilidade. – Tem outra opção? – Sempre tem, você me dizia isso. – Agora não tem mais. – O lado bom, sempre tem o lado bom. – Lado bom, você é um idiota mesmo.
Ela se afastou. Bateu o pé com força no chão. Sinal de apreensão. Olhou para os ônibus. A linha dela que nunca vem. Ofereci um carona de carro. Ela aceitou.
No carro coloquei um cd que sempre escutávamos quando rasgávamos o tempo e ficávamos horas e horas nos amando. Quando voltávamos a ligar o celular, riamos com a quantidade de pessoas que nos tinha procurado.
Chegamos à frente da casa dela. Ela me convida para entrar. Na casa dela aceitei um copo d água. Observei ela deixar a bolsa na mesa. Ela sentou na minha frente. Coloquei o copo no chão. Nos beijamos. Toques, felações, penetrações e gozo. Sempre formos perfeitos nesse ritual.
Estávamos descansando. Meu celular toca. – Mais um otário? Tá, já estou indo. Lágrimas escorreram no rosto dela. Vesti-me. Nem me despeço. Só sei que nunca mais voltarei...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Diário de um Ser Mau-Intecionado Parte III


Observava o otário entrando no mercado. Eu estava na esquina fumando um cigarro. Os carros passavam em direção ao centro. O otário sai do mercado e resolve caminhar em direção ao centro. Fazer o que né, tenho que segui-lo. Essas missões cansam. Apago o cigarro e vou atrás.
A humilhação consiste em não permitir a pessoas de exercerem plenamente aquilo no qual estavam dispostas. É isso mesmo? A humilhação é a vontade de potência reduzida a nada. A humilhação é o receio de fazer algo vergonhoso na frente dos outros. A humilhação é o retrato de uma caricatura que você não concorda. A humilhação é a tatuagem em que o arrependimento é eterno.
O otário para numa farmácia. Tomara que compre algo para a dor. É bem rápido por sinal. Ele continua caminhando e eu o seguindo. A percepção dele é parca. A estreiteza de seu raciocínio espanta até o cachorro que é adestrado para ser dócil. E segundo alguns relatos de suas amantes, fode mal pra cacete. Porra, que merda de pessoa é essa? O que ela pensa que está fazendo no mundo? Quem que pariu essa enfermidade?
Ele está elegante. Terno alinhado, gravata nova, sapato polido. Carrega uma maleta na mão direita. O celular dele tocou. Deve ser aquela que está chifrando-o. Outra vez que estava perto, ele ligou e colocou no viva voz. Ela parecia que estava fodendo. Parecia. Ele chega à praça central. Desliga o celular. Dá um leve sorriso. A praça central está movimentada como sempre. Beleza!
Aperto o passo em direção ao otário. Acerto-lhe um pescoção e ele fica desequilibrado. Em seguida aplico-lhe uma rasteira. Ele cai, batendo fortemente a nuca no chão. Pego-o e lhe aplico alguns tapas. Tapa de mão aberta para humilhar! Senti o que otário não ia reagir. Dou-lhe um soco e quebro seu nariz. Percebo a aproximação de policiais. Pego a sua maleta e jogo longe. Em seguida me distancio para não ser incomodado pelos porcos. Missão cumprida. Fiquei extremamente excitado. Ótimo!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Diário de um Ser Mau - Intencionado Parte II


Vamo lá então: Estava sentado na cadeira enquanto ela dançava na minha frente. Entre quadris rebolativos que já tive na minha frente, ela é a melhor, não é à toa que ela está no caderno. Eita coisa boa. Ela estava com uma calça jeans colada e um blusinha amarela também colada ao corpo, mostrando a barriguinha. Tinha um piercing na barriga. Interessante. Ela realmente sabe dançar. A música também ajuda. Um soul clássico, música que emociona. Eu não tava emocionado. Tava de pau duro mesmo. Hehehehehehehehehe.
Ela fica de costas para mim e começa a tirar bem devagar a calça. Nossa. Que visão sublime. Como ela tem um domínio corporal clássico devido ao balé, ela faz algo realmente excitante. Depois de tirar a calça, eu olhar sua bela bunda torneada e perceber o fio dental vermelho, ela empina e coloca as mãos nos pés, bem típica das dançarinas de bordeis e eu viajo em sua bela vagina inchada.
É bom demais isso. Peço para ela vir de costas em minha direção. Bota a bunda na minha cara bota. Ela faz. Quase sou sufocado. Puxo a calvinha para o lado e chupo sua buceta, seu cu. Sempre me preocupei em ser especialista em chupadas e nem tem uma resposta plausível para essa tara. Chupo e sinto sua respiração ofegante. Chupo e sinto seu corpo tremer, chupo e ouço ela gritar. Chupo, chupo, chupo a te que em um espamo ela goza e cai quase que esfacelada por cima de mim. O que fazer nessas horas.
É rapá, como eu sou carinhoso. Empurro-a com toda força ao chão. Ela se assusta e olha para mim com os olhos lacrimejantes. O nariz dela sangrava. Levantei-me e acendi um cigarro. – Por que fez isso comigo? – Porque você merece. Ela ficou sem entender. Cata a calça rapidamente, se veste e tenta dar um tapa na minha cara. Eu deixo, o cigarro cai. Talvez ela esperasse um soco da minha parte, mas nem reajo nem nada. Ela se vai.
Se eu não a empurrasse, teria a foda na minha vida, porém eu só queria vê-la sangrar. Já me enrolou muito a vaca. Você é um canalha. Um tremendo de um filho da puta. É, eu sei....

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Diário de um Ser Mau - Intencionado Parte I




Ai, que topada do caralho. Meu dedo está doendo incrivelmente. Vou tirar os sapatos. É, neguinho, o tempo é curto, assim como são curtas as minhas calças. Realmente não ando muito bom em analogias, também pudera, a acidez dos tempos modernos anda de mãos dadas comigo ultimamente. Não tem como fugir mi companheiro. Não tem mesmo, essa é a grande questão. Bom, divagações a parte, é hora de arrumar minhas tralhas e traçar alguns objetivos. Objetivos. Objetivos e mais objetivos tentam mover o homem em direção a alguma coisa e o que temos? O que temos? Responda ae, responda...
A campainha toca. – Sim, pois não? – Poderia baixar um pouco o som, por favor. Estou com uma dor de cabeças daquelas... Você compreende sim? – Claro, desculpe o incômodo, abaixarei já. – Muito obrigado! – De nada.
Ah Miles, não sabia que você incomodava os enfermos. Pois é caro companheiro, não querem deixar eu exibir minhas habilidades. Miles agora sussurra e eu penso na sonoridade do nome Miles em um filho meu. Filho? Ah, pra quando? É, tem razão, não terei um filho chamado Miles tão cedo. O caderno, cadê o caderno?
Aqui, tá aqui. Empoeirado você hein? Deixa ver se acho a lista, a lista... achei. 20 nomes. No período de mais ou menos ________ terei que ter um relacionamento intenso com cada um desses nomes, dessas pessoas. Hum, intensidade. Isso dá tesão. A intensidade prenuncia uma nova fase. Nova fase? É, nova fase meu querido. Meu querido, onde você está?
Lembro perfeitamente que toda vez que te confidenciava algo, a sua frase era pontual, repetitiva, porém, me fazia refletir profundamente: “Quanta dramaticidade meu caro, quanta dramaticidade!” Ficava muito puto, pois queria me sentir especial nesses momentos e você me reduzia a apenas um mísero ser.
Como assim? Como assim? Esse nome na lista? He, vai ser interessante. Dentro de possíveis sensações que podemos ter diante de tal , o mais interessante a se pensar é que a decisão de fazer o que eu estou prestes a fazer, é apenas uma decisão minha e nada mais do que isso. Porra, deveria ser mais enfático nessa reflexão. Pois é, as intencionalidades é que darão a ênfase necessária ao ato, ou atos, ou recuos, ou gozadas e por aí vai...
E não estou exatamente com boas intenções. Eita sorrisão bonito....