Oh capacidade desgraçada de bularmos algumas regras comportamentais, pensando que estamos sendo espertos. Que capacidade temos em convencer a mulher a mostrar os seios e depois pensar que vai transar com ela incessantemente. Oh droga, acordei de pau duro. Putz, mal humor dos infernos e a agonia não passa. Tô meio puto de fazer as coisas a minha revelia. Não querem que eu resolva mais nada. Tá certo. Vou me atrasar também nessa porra. Essas pessoas mal desenvolvidas sempre com alguma coisa a fazer. Espero o ônibus. Quando chego no ponto todos saem. Eu entro no ônibus e espero ele andar. Não ta vendo que o carro tá quebrado? Tá. Você é idiota ou o que? Saio do ônibus sem vontade nenhuma de xingar o amigo. Tô um pouco cansado e ainda preciso de fôlego para as próximas investidas. Vou a pé. Não pro trabalho. Vou a praia molhar meus documentos e depois mijar em praça pública para ser preso e ser jogado numa cela comum superlotada. Tenho formação superior e não está importando agora. Já sei, vou tentar resolver minha agonia. Dar porrada nos folgados, assumir meu espírito safado, lançar o disco do ano e ganhar o prêmio Jabuti. Tô na praia, o telefone toca, não atendo e percebo que não sou escritor, cantor ou algo parecido. Tenho horror a barulho e minha alma sedutora é puro engodo de horas e horas assistindo putaria na internet. Enjoo da praia. Vou tomar um suco, comer um salgado e revigorar as energias. Pelo caminho talvez alguém me abrace, não ouça nenhum grito e veja várias e várias mulheres gostosas para me deixar previamente excitado.
O disco retorna ao ponto de partida e eis que acordo do estado catártico em que todas minhas angústias foram esporradas no momento do gemido da pretinha. Deixo a pretinha de lado e vou ao banheiro lavar o rosto. Consegui o que queria?
O disco retorna ao ponto de partida e eis que acordo do estado catártico em que todas minhas angústias foram esporradas no momento do gemido da pretinha. Deixo a pretinha de lado e vou ao banheiro lavar o rosto. Consegui o que queria?