Criei um dispositivo
pra te livrar do perigo
toda melanina
a seu serviço
meu canto
não te deixa
de canto
quando posamos pros
ancentrais
aliás
sem purismo
quando os pretos se
amam
nos dias atuais
desviamos das taras
das balas
pleiteamos casas
esqueceram que os
alicerces
foram frutos
de nossos sexos
nossas vestes
nossas mãos
cheias de cimento
de sabão
construindo prédios
esfregando chãos
e a melhor roupa
no dia do pagamento
prova de amor
continuidade de
sustento
enxerto de lamento
cômodo calorento
sagaz
deveras cinzento
pelo emboço
momento
as pretinhas e os
pretinhos
rindo com o parar
a preta e o preto
acostumados com o olhar
sem a mão pesar
com o peito a acolher
os dias a gozar
devemos continuar
buscando um sentido
buscando um lugar
pra sempre posar
amor preto
continue a regar...