quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Mundo Disputado


O sono adentra as entranhas
A cama é a grande guia
Mas no momento não tenho cama
Nem sou porco para dormir na lama
Então eu sonho de olhos abertos
O revolucionário lê o manifesto
Mas eu não dou a mínima importância
Aí percebo o quanto estou alienado
Com fome e sem um trocado
Esperando abrirem a porta
Para ao menos eu filar um sanduíche
Pensamentos voam sem vento
As expectativas eu busco no remendo
Dentro de possíveis metas
Transições
E trajetórias
Percebo que não tenho glórias
E meus pés e mãos estão inchados
De tanto trabalhar
Para chegar a lugar nenhum
E o lugar nenhum se torna algum
Quando olho para o lado
E reconheço outros alienados
Preparados para execução
Os controles são remotos
E remota é a possibilidade
De mutação
Então o revolucionário grita
E vez de acordar
Eu durmo de vez
E sonho
Com os opressores destituídos
E a exclusão abolida
E quando ia casar com a mulher bonita eu acordo
Merda!
O que me resta é chutar o balde....

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