domingo, 30 de maio de 2010

Grito de Liberdade



Vivemos sufocados no pseudo-império

Respostas incoerentes, sentimentos etéreos

O território está todo partilhado

Os insurgentes estão sendo caçados


O pensamento que insiste em ser único

A velocidade que ignora o segundo

Quem realmente pode alcançar?


Eles nos amontoam sem chance de reclamar

Só que o escasso não foi produzido ao acaso

Existem os incomodados que estão no terreno falho

Consertamos as camas, reformamos os barracos


Treinamento para derrubar o governante autoritário

Buscar novas formas de solidariedade

Resgatar novo senso de humanidade

Expulsar a essência do dinheiro escuso

Detonar a tentativa de gerência do mundo


E dos escombros surgem os novos revolucionários

Haitianos, iraquianos, palestinos, afegãos

E do lugar onde estou, tenho uma necessidade

Propagar sem medo o grito de liberdade

domingo, 9 de maio de 2010

Mulheres Vitais – Final


Diante de tantos fatos constatados, temos a singela impressão de que elas não dependem de nossas colocações para caminharem do jeito que elas almejam. A coisa já foi aceita, elas encaram numa boa e você de fora tentar impor alguma espécie de moralismo. Nada foi obrigatório, nada. Ainda insisti? Vai pra porra. Aí, os ambientes reclusos sempre nos fazem pensar o quanto somos falhos em valorizar as nossas pretas. Let`s dance, let`s dance. E depois dos pés ficarem doendo e de tantos e tantos goles da bebida destilada, eis que ela avista o seu atual tesão. Abraço caloroso, confissões no ouvido e os corpos cadenciam no ritmo de forró. Ela tenta beija-lo e ele se esquiva. Os lábios e ouvidos são acionados constantemente, mas o ato de amor não rolará essa noite. O que resta? Eu saio de perto para curtir meu momento de embriaguez. Vou para casa e quando chego, ela está redigindo um trabalho para entregar amanhã de manhã. Eu queria usar a internet... Vou ao banheiro e ela está usando o sanitário. Ensaio uma retirada e ela diz que já que estamos juntos, tinha que vê-la urinando. O que? Tá certo. Depois do ato vou para a cozinha e ela está preparando um chá, pede para eu sentar e diz que o chá irá curra minha embriaguez. Pego o chá e vou para a sala. Ela está vendo um filme sobre um homem preto que não abre mão de sua mulher preta. Assisto um pouco e vou para a cama. Ela me dá um esporro dizendo que demorei muito. Deito e abraço-a. Durmo em paz. Acordo e não vejo ninguém. Oh merda! Diante de tantos motivos para admirar essas mulheres, o que posso dizer? As mulheres são vitais, pode ser? Pode! Então bate o tambor nessa porra...