sábado, 16 de junho de 2012

Reflexos Masculinos VII



Comecei a abdicar dos botecos como espaço de reflexão. O álcool não me parece mais um bom aditivo para tentar compreender as incompreensões do mundo. E os bêbados também não me parecem mais tão atraentes. Nem risada dá mais pra proferir. Diante de uma rotina de olhares, capacidades e motivações sendo aproveitados a 40%, o que fazer senão se embriagar para pelo menos o auto-engano ser alimentado e as crenças em bucetas cabeludas, conspirações futebolísticas e corpos resistentes a litrões continuem atravessando gerações e gerações. Oh meu Brasil varonil e sua tenra capacidade de nos tornar imcapazes diante de nossas habilidades e chegar a velhice reclamando de uma falta de descarga ou o que outro está fazendo até umas 3 da manhã acordado. Experiências diluídas em horas a horas a fio de pedaladas, cachaças e alguns baseados, para soldar o caldeirão onde se incinera os produtos hospitalares. Droga, estou com uma imensa saudade da preta e ela parece que não me vê mais como uma referência daquilo que ela sempre necessitou. Normal, sou um ser que com o tempo se perde o encanto mesmo. Frequentei o barbeiro e vejo a capacidade de se falar sozinho para algumas palavras serem captadas. Algumas palavras... e todo o comprometimento para ser visitado depois de horas a fio produzindo algo válido? Hahahaha, não há produção válida sem os órgãos de legitimação, irmão! Entre a apatia diante de uma performance que se não fez impactante, mas se fez suar uns litros e um mar que insiste em dizer que não terei em plenitude as suas mulheres, o quarto obscuro acaba se tornando um refúgio. Não, nada de refugios e apenas o quanto estamos comunicativos diante de... sei lá. Talvez volte a ser um escritor de peso. Ou me torne né. Ou me expresse para os meus 20 leitores ad eternum...

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