terça-feira, 27 de novembro de 2012

Memória das Palavras




Joga a marimba
se livra da mandinga
o marimbondo voa raso
sua mochila tá cheia de minhoca
logo você com seu corpo odara
a sua patota não tem a casa cara
corra daquela quenga
para
seu quengo não funciona
salta
urucubaca que junta
não espalha
seu xodó nunca quer o pior
te xinga quando não dá o nó
ficou zonzo, ficou zonzo?
Imagina quando ouvir o zumzum
tonto
cadê meu fubá
to com fome
ziquizira pra mim não funciona
ô home
to fulo da vida com seu fuxico
fuzuê até aguento
fungar o remendo, não admito
monta na cacunda e vamo meter o pé
lá no cafundó é que todo mundo te quer
vamo curar o calombo do seu coração
cafuné as vezes é melhor do que unção
mexe a bunda
não fica borocoxô
o berimbau toca
o bitelo acordou
se joga na caçamba, vamo viajar
a cachaça alivia, serve pra esquentar
olha o cachimbo, olha o cachimbo
o sacana se livra do molambo
a muamba passa sem nenhum pano
a miçanga e o ganzá tão no ponto
a ginga é alegria do ferido
vamo tomar uma garapa
a goroboba tá no prato
a diamba tá separada
vou dar uma bela de uma cochilada....

domingo, 25 de novembro de 2012

Produtivos...




Mais postura, mais postura por favor
assinaram o tratado que você formulou
levante as mãos, levante as mãos
quem sabe consiga parceiros mais fíéis
investida em continuações, em insinuações
somos mais do que simples arranhões
e as lições?
Nada de dever de casa
o meu caderno nem tem uma lauda
só tenho algumas páginas da minha alma
elas tão escritos com sangue
estanque. 
Torneiras entopem com a densidade do sangue
e eis que desejo tudo ralo
até a minha consciência não alimenta mais o rato
o fato é
deixar tudo de lado
ninguém puxa uma cadeira pra uma simples conversa
ereta, mantém a cabeça ereta
a tecnologia descarta
também eleva
conseguiremos o padrão, com pressa
se por acaso avançarmos, seguraremos o rojão
se por acaso retrocedermos, pediremos o perdão
se nos adequarmos, robôs sempre serão
as aberrações não dependem de talentos
as considerações são limítrofes dos entendimentos
a risada come solta
a língua sempre irá fugir da boca
os atrozes são confessionários ferozes
o tiro não saiu pela culatra
acertou na testa
completaram o serviço com a navalha...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Enquanto...






Enquanto ela trepa
minha mente tá em alerta
tentando escapar da insanidade
tenra idade
onde corpos não são copos
redifinação de identidade
redifinação de propriedade
enquanto ela trepa
finjo que sou poeta
disfarço a dor
mimetizo o amor
percebo nitidamente
o desejo sem pudor
e por mais que se tente
o canone tá bloqueado
enquanto ela trepa
tento andar de bicicleta
levo um baita tombo
quem mandou não andar de cabeça ereta
enquanto ela trepa
tento me isolar
isso não é tão difícil
difícil alguém me notar
to perdido no sentido de anotar
passos e traços
de um GPS desligado
nem sei me guiar
enquanto ela trepa
a lua surge
os corpos fluem
mortes acontecem
pessoas desaparecem
casais brigam
farois piscam
universo de sensações
conjunções de movimentos
enquanto ela trepa
eu vou morrendo...