segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Cotidiano Parte VI


Rapá, você é esquisito mesmo! Não tenho te pedido pra fazer a parada? É mesmo? É Mané, é mesmo. Me deixou sem ação ein. Quem disse? Pô mané, você ainda pergunta? Tá ficando doido é? Foi mal. Foi mal nada, foi péssimo.
Estava atordoado com a cena vista. Nunca imaginei que ela fosse assim. Aliás, ando inocente ultimamente. Não imaginar que ela era assim foi um erro grave. Grave? Chego na sala de mansinho. Ouço gemidos. Preparo-me para eventuais contratempos. Adentro a sala e assinto a cena inóspita. Ela sendo penetrada violentamente por trás. Ela estava de quatro. Sem conexão com a realidade.
Estou triste por ter sido ludibriado por tanto tempo. Estou impotente por não cumprir o combinado. Só não consigo chorar. Devo ter perdido a sensibilidade. Quanta idiotice. Tô cansado. Resolvo ir ao bar tomar uma cerveja e esquecer um pouco de vida. Até que a cerveja está gelada. Uma coisa a não se apreciar é a minha atual conduta.
O telefone toca e vejo o nome dela. Não atendo. Já estou na minha quarta cerveja. Bêbado, resolvo ir para casa. Abro a porta cambaleando e ela está me esperando com uma cara de poucos amigos. Sento ao lado dela no sofá, procuro o controle da TV. A TV é ligada e fecho os olhos. Durmo. Recebo alguns tapas no rosto, mas não adianta muito. Álcool que é sonífero para mim.
Acordo e vejo o aparelho de DVD quebrado no chão. Deve ter sido ela. Bom, ela foi embora. Compensou. A minha cabeça dói. O camarada chega. Está na gaveta a parada. Sério mesmo? É rapá, só pegar. Ele já está com a parada em mãos. Pô, você é esquisito mesmo! Tava na gaveta o tempo todo e você não disse nada! Só foi para manter um drama. Você é esquisito! Sou mesmo. E as coisas continuaram em curso....

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