Um cardume de sardinhas tenta chegar ao seu destino. Milhares juntas enfrentando as agruras da trajetória longa e complexa. E ainda existem os predadores que atacam por todos os lados. Tubarões, gaivotas e pescadores com suas redes. E ainda milhares sobrevivem e chegam ao seu destino.
No restaurante pediram peixe-frito acompanhado com vinho tinto. Não sou muito chegado a peixe, mas vamos lá, tudo pela articulação. Conversamos sobre os rumos que a cidade vai tomar, sobre os projetos e sobre a grande possibilidade de crescimento, caso eu adira ao projeto. Como o peixe-frito, degusto o vinho e penso. Eles querem uma resposta de imediato. Vão ficar querendo, pois por ora somente o peixe-frito me agradou.
Que peixe é esse que você tá assando? Chamam de Olho de Cão, mas sei lá se é isto mesmo. Ah... Você vai gostar. Tomara. Disseram que você conversava com os grandes. É, conversei. E aí? Eles querem adesão ao projeto deles. É? Sim. E você? Eu comi peixe-frito. E a possibilidade de ser peixe? Não sei nadar.
Tubarões, bagres, peixes-espada, olhos de cão, pirarucus e outros mais. Essas porras sempre têm aos montes, mas há quem queira ser cavalo, cachorro, gato, tigre e até mesmo porco. Porco? Porco não, é sacanagem. Porco é sujo. Sabe uma vantagem que o porco tem sobre os demais? Hum? Um porco nunca morre afogado. E o peixe se sair do seu habitat natural, já era. Pegou o espírito da coisa?
Resolvi que não preciso ser similar ao peixe para sobreviver no mar bravio.
Gosta de sardinha frita? Gosto não. Só tem isso para comer. Eu frito um ovo. Já é então. A sardinha é guerreira. É a que sobrevive em meio a ataques de predadores de toda a espécie. Vou fritar um ovo aqui, já é? Já é.
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