sábado, 22 de agosto de 2009

Projetos Revolucionários Parte II – Família


Então pretinha, tem dia que eu fico de canto amuado
Pensando como o mundo negro é amargurado
Tristeza e dor fazem parte constate do vocabulário
Dá a sensação que só esses termos no dicionário

Mas produzido sensibilidade no sofrimento
Supris a carência é uma forma de talento
Sempre preparado para se levar uma porrada
O alerta se transforma em cenário de casa

Para, para eu só queria ter carinho
Mas como, aprendi a ser sempre sozinho
E é estranho essa falta de compatibilidade
Gente do mesmo sangue que não te deixam a vontade

O grau de parentesco que não te garante muita coisa
Mãe, pai, irmão, não te garante muita coisa
E na sua inocência você quer discutir vários assuntos
De repente, uma chamada: Acorda pro mundo

Quando eu acordei descobri que tava devendo
E que minha vida seria canalizada para costurar remendos
É preta, às vezes eu me sinto falho
As vezes até contigo me sinto um otário

Por não ter dar a atenção devida
Por acreditar que não tem uma saída
Que mundo é esse preta que bota dificuldade
Até para te chamar de querida, não me sinto a vontade

Assim como é dificultoso entender a própria mãe
Assim como é dificulto perdoar o próprio pai
Assim como é dificultoso adiantar o próprio irmão
Engole o choro moleque, é brincadeira não

Eu queria entender mais de sentimento
Queria ter condições para cuidar bem do meu rebento
A vontade é de reformular a base familiar

Então pretinha, se você me aceitar
A base é pan-africana, autônoma e o impulso é para transformar.

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