segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Amores mais ou menos resolvidos


A quem diga que não te quero bem
A quem diga que não te compreendo
E eu te vejo todo dia
E eu te vejo todo dia

Fazia tempo que não conversava contigo e vejo que está bem. Vai bem, o namoro vai bem. Opção pela fidelidade? Tem hora que é bom. Ando aproveitando a relação, por isso que estou fiel. É... e o meu coração continua vagabundo!

O dia está ensolarado
Vamos para a praia?
Não gosto de ficar na praia de bobeira
Vamo pretinho, por mim
Ai
E você ainda me diz assim
E eu fico obrigado a dizer sim
Eu vou!
Eu vou...

Aí digo que estamos a um passo de a corda arrebentar. É? É. Enjoou. Não pode. Tá casada e há um ano e meio faz sexo 3 vezes ao da, não tem como inventar. Tem razão. Agora eu entendo mais ou menos a relação. Ligação carnal. Ligação carnal. Até que um número considerável de fraturas não sararem ao mesmo tempo. Nunca saram. Um dia a dor consome. Deu uma crise de riso. Louca.

Se eu digo que te aguento
Aguenta?
Como assim aguenta?
Se sou eu que te alimento
Se sou que te sustento
Entende a lógica
O fato que você trabalha
Não te prova
Afinal sou eu que te alimento
Você quer a prova?
Tá disposto?
Oh meu nego, tá disposto
Disposição de enfrentamento
Assim é fácil, sou eu que te sustento
Sustenta o que nega?
Sustenta o que?
A sua masculinidade
Putz

Estou deitado no sofá vendo tv e você chega. O que está vendo? Um programa besta. Almoçou? Almocei. Fez o café? Fiz. Tirou a roupa da corda? Tirei. Vou tomar um banho. Tá.

No jogo da anulação
Quem ganha é o cão
Que late pedindo atenção
E sim receberá de montão
Quem ganha nessa pressão?
O jogo da balança é uma imposição?
Hegemonia, nos empurraram da hegemonia
Opa, nos deram as foices
E a condição de rebeldia
E fico machucado
O seu corpo alugado
Sistema binário
Sacralizada, submetida
Vagabunda, assumida
O corpo macho
Tá conscientemente quebrado
Ato de violência extremado
A casa é o asilo inviolável
Quem ganha nesse jogo malogrado
Lava louça
Faz o almoço
Toma banho
Fica de cara
Vamo fazer amor
Vamo fazer amor

Estava tirando fotos suas dormindo e você acorda. Acorde e se espreguiça. Acorda mal humorada e não diz nada. Continuo tirando fotos. Ela vai para o banheiro lavar o rosto. Deixo a câmera de lado e a agarro por trás. Ela no lavabo. Para nego, para. Oh neguinha, tem certeza? Tenho. Deixa eu me ajeitar. Tem muita coisa para fazer. Tá, pode deixar que eu te ajudo. Ainda bem...

A consciência nunca é tranquila
O enfrentamento sempre é para a guerra
Tem que ter alguém para cuidar das feridas
Tem que ter alguém para cuidar das feridas
Quem vai assumir o papel?
O poder que decidi?
Quem tem o poder?
Porcaria
Até quando nesse mais ou menos?

Então eu calo com seu dedos, fazendo carinho nos meus cabelos crespos, acendendo minha corporalidade, dando condições para me deixar a vontade...



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