segunda-feira, 31 de março de 2008

Conflitos (Internos ou Externos?).


Talvez tenhamos mais chance de confrontar o sistema juntos. É, juntos. Eu gostaria de ter boa memória e lembrar das causas de sua desconfiança perante o sistema, mas talvez analisar a sua desconfiança remete a analisar a mim mesmo. E me auto-analisar talvez não seja o melhor remédio no momento em que no preparamos para o embate.
O conflito está nos seu auge e qualquer tentativa por mais ínfima que seja, se torna a força propulsora para a destruição em massa. Talvez o momento seja o mais propício para os nossos anseios. Só que suposições não resolvem muita coisa. Na época em que queria ter um planejamento de vida casual, preocupado não com o que a vida não poderia oferecer, mas com o que poderia ser, a suposição, o talvez, tinha seu lugar garantido. Hoje estou com a arma engatilhada, esperando o momento para explodir a cabeça do alvo determinado.
Pois bem, o cenário é de guerra. Estamos lutando para tomar o poder constituído. Somos 6 pessoas. 3 homens, 3 mulheres. Acreditamos que o sistema precisa de uma mudança de pensamento. Então criamos toda uma rede de informação que incluía panfletos, internet e por aí vai. Os adeptos assim como o desleixo do sistema com nossa causa, foram primordiais para o estado atual de guerra. Avaliar se a guerra é o melhor momento de confrontação é perda de tempo. Só sei que nos reuníamos em um local teoricamente secreto para traçar a estratégia derradeira e ocupar o Palácio dos Poderes. Resolvemos assumir a dianteira do combate para entrar no Palácio pela porta da frente, demonstrando para todos que o sistema realmente caiu. Na guerra qual é a melhor estratégia? Boa pergunta, boa pergunta...
A trincheira do sistema é cruel como deveria ser assim como o sol é quente como deve ser. Só que a força de mudança atravessa qualquer crueldade e invadimos o Palácio dos Poderes pela porta da frente com combinado. Cabe a eu dar o tiro na cabeça do mantenedor do sistema. Filmamos e repetimos o ato constantemente em cadeia nacional. O novo regime é acompanhado com mudanças profundas nas bases sustentadoras da sociedade. Profundas modificações que se tornam naturais na medida em que as aceitações dos novos métodos se tornam constantes. Onde vamos parar? Outra boa pergunta, outra boa pergunta...
Os cabelos caem na medida em que se percebe que as mudanças profundas se tornaram sistema. E que existe uma movimentação para que ocorra a guerra. A sofisticação dos requintes de crueldade é a chave para se permanecer no poder e fazer o que é certo. Tivemos tempo para sedimentar os nossos propósitos para que as novas gerações usufruam de maneira plena o sistema. Somos convocados para explodir umas cabeças. Triunfamos mais uma vez.
O mundo é e sempre será opressivo. Nossas pulsões arquetípicas sempre serão deixadas de lado para se chegar o ideal. Os discursos se deslocam e os atos sempre serão justificáveis. Temos certeza disso, só não temos a coragem de admitir, pois toda a adesão se desmorona. Talvez não tivéssemos a coragem de fazer o que deveria ser feito. Só que seria a radicalidade. Só a radicalidade resolve a guerra. Precisamos estabelecer códigos diferentes do estabelecido se quisermos que a mudança realmente aconteça. Senão, o que é profundo, depois de um tempo é apenas sistema. Reflexões são importantes ainda mais no leito de morte. E o que seria a radicalidade? Ah, para nós triunfarmos não é uma boa pergunta...

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